Araucária sob suspeita: MPF investiga prefeito por compra de votos, abuso de poder econômico e uso irregular de mídias

Por Marcello Sampaio | Jornal Tribuna da Cidade

O cenário político em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, pode sofrer uma reviravolta histórica. O prefeito Gustavo Botogoski (PL) e sua vice, Tati Assuiti (SDD), estão no centro de uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) que apura denúncias gravíssimas de abuso de poder econômico, compra de votos e manipulação eleitoral.

Conforme apurou o Jornal Tribuna da Cidade, a denúncia inicial revelou o uso indevido de redes sociais, incluindo perfis falsos criados para atacar adversários e favorecer a chapa eleita. Agora, surgem novas acusações ainda mais comprometedoras: a utilização de veículos de comunicação locais — jornais impressos, páginas de Facebook e perfis de Instagram — pertencentes ao mesmo grupo político, para impulsionar de maneira ilegal a candidatura de Botogoski.

Documentos e capturas de tela já foram anexados ao processo. O MPF investiga se houve uso contínuo de publicações tendenciosas e impulsionamentos patrocinados, violando de forma grave a legislação eleitoral.

Além da manipulação midiática, a denúncia ganha contornos ainda mais explosivos com relatos de compra de votos. Moradores de diversos bairros de Araucária afirmaram, em depoimentos colhidos pelo Tribuna da Cidade, que receberam cestas básicas e quantias em dinheiro em troca de apoio político durante o pleito de 2024.

“Eu recebi uma ligação para ir buscar uma cesta básica na casa de um conhecido, disseram que era só votar certo. estava numa situação difícil, aceitei”, declarou uma moradora do bairro Tupi, que preferiu não ser identificada.

Outro morador, da região do Capela Velha, relatou: “Me ofereceram R$ 100 pra garantir o voto. Não aceitei, mas conheço gente que pegou. Tava todo mundo falando disso antes da eleição.”

As denúncias estão sendo tratadas em segredo de justiça, mas os desdobramentos indicam um possível escândalo eleitoral sem precedentes na história recente de Araucária. Em audiência realizada recentemente, Botogoski e Tati Assuiti optaram pelo silêncio diante das acusações — postura que, segundo juristas, tende a agravar a situação dos investigados.

A atuação de procuradores municipais no Cartório Eleitoral durante momentos chave do processo também gerou suspeitas de tentativa de interferência institucional e conflito de interesses, aumentando ainda mais a pressão sobre o atual governo.

Caso a Justiça Eleitoral acolha a denúncia, a eleição de 2024 poderá ser anulada, e Araucária terá que realizar novas eleições diretas para prefeito e vice, numa reviravolta política que já movimenta os bastidores locais.

O Jornal Tribuna da Cidade, sob a reportagem de Marcello Sampaio, seguirá acompanhando todos os passos dessa investigação que pode transformar para sempre o cenário político de Araucária.

A população cobra respostas e, cada vez mais, pede justiça.

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