POLÍTICA EM CHAMAS: UNIÃO PODE REVIRAR O JOGO NA CÂMARA

SESSÃO DE CHORAREIRA: VALTER E LEANDRO POR UM FIO NO TRE

Política em Pauta – Por Marcello Sampaio

A exclusão do Solidariedade (SDD), partido de Professor Valter e Leandro da Academia, redesenha completamente o tabuleiro político de Araucária. Com os 7.504 votos do partido fora da conta, o novo quociente eleitoral cai para 5.316 votos (considerando 69.114 votos válidos e 13 vagas). A partir daí, a matemática fria da recontagem aponta um cenário muito diferente do atual — e que pode trazer surpresas de última hora.

Cadeiras diretas

Sem o SDD, os primeiros a garantirem cadeiras diretas seriam:

  • PSD (2 cadeiras) – Vagner e Pedrinho
  • PL (1 cadeira) – Fábio
  • União Brasil (1 cadeira) – Grilo
  • Federação PT/PV/PCdoB (1 cadeira) – Gilmar
  • MDB (1 cadeira) – Olizandro

Ou seja: de saída, o Solidariedade perde completamente o protagonismo e abre espaço para novas forças políticas dentro da Câmara.

A dança das sobras

A regra das sobras (80/20) trouxe uma verdadeira disputa voto a voto. A sequência de cadeiras pelas sobras ficaria assim:

  1. PL – Castilhos
  2. União – Paulinho
  3. Republicanos – Ricardo Teixeira
  4. PSD – Nicácio
  5. PL – Nilson
  6. Federação – Pavoni
  7. União – Ben Hur

Isso significa que, além dos eleitos diretos, nomes fortes como Ricardo Teixeira (Republicanos, 1.336 votos) e Ben Hur (União, 1.307 votos) voltam com força ao cenário. O PSD ainda ampliaria sua bancada, e o PL ganharia musculatura com Castilhos e Nilson.

Quem perde e quem observa

Com esse recálculo, fica claro que o grande derrotado seria o Solidariedade, justamente o partido de Valter e Leandro, que sairiam do jogo. Já o Avante, apesar dos 4.945 votos e da votação expressiva de Maikel do Guincho (1.048 votos), não atingiu a cláusula dos 20% e, por isso, ficaria fora do rateio das sobras — ao menos segundo o entendimento aplicado.

Mas aqui entra um ponto controverso.

A dúvida jurídica que paira

A própria legislação eleitoral brasileira carrega brechas e interpretações divergentes. A cláusula de desempenho de 20% do quociente eleitoral (no caso, 1.063 votos) é um filtro para o partido acessar a sobra, mas em diversas resoluções sobre suplência, já se viu casos de candidatos que assumem mesmo com desempenho abaixo dessa linha de corte.

É aí que mora a dúvida: se a Justiça Eleitoral resolver aplicar um critério idêntico ao da resolução de suplente, pode abrir uma nova reviravolta, inclusive favorecendo candidaturas como a de Maikel do Guincho (Avante), Sandra Bendita Flor (DC) ou outros nomes que, até agora, estão fora do radar.

Um novo xadrez político

O que essa recontagem mostra é que o futuro da Câmara de Araucária está longe de ser previsível. A saída do Solidariedade abre espaço para que lideranças tradicionais e novos nomes ocupem posições centrais. Ben Hur, dado como carta fora do baralho, reaparece. Ricardo Teixeira, sempre presente nos bastidores, retorna ao centro do tabuleiro.

No fim das contas, a lição é simples: recontagem é recontagem. Ela não aceita discursos, só números. Mas mesmo os números, às vezes, estão à mercê de interpretações jurídicas que mudam o jogo no apagar das luzes. O que hoje parece definido, amanhã pode se desfazer diante de uma nova decisão.

E assim segue a política: mais um capítulo da novela eleitoral que, em Araucária, promete emoções até o último voto.

Compartilhe a Publicação:

Notícias Relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Apoie o Tribuna

Canal oficial no YouTube:

© 2025 – Tribuna da Cidade. Todos os direitos reservados.