Por Marcello Sampaio – Coluna Polícia em Ação
A Polícia Civil do Paraná prendeu nesta quinta-feira (24) um homem de 29 anos, identificado como Mateus Silva de Paula, suspeito de extorquir e chantagear mais de 60 pessoas por meio de redes sociais, especialmente no Instagram. A prisão foi realizada no bairro Cidade Industrial de Curitiba, após meses de investigações.
Segundo as autoridades, Mateus criava perfis falsos com nomes como “Choquei Curitiba” e variações semelhantes, nos quais publicava conteúdo ofensivo, mentiras e até informações íntimas sobre as vítimas. Em seguida, exigia pagamento em dinheiro via Pix para apagar as postagens ou impedir novas exposições.
Linha do Tempo da Investigação
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Abril de 2024: Primeiras denúncias formais começam a ser registradas. Vítimas relatam extorsões em perfis com postagens ofensivas em redes sociais.
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Agosto de 2024: Delegacia de Crimes Cibernéticos passa a concentrar os casos e inicia cruzamento de dados entre vítimas.
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Outubro de 2024: Polícia Civil identifica padrão nos crimes e descobre contas bancárias utilizadas para receber os pagamentos extorquidos.
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Fevereiro de 2025: Vítimas relatam reincidência de extorsões, mesmo após o pagamento. Criminoso apagava os perfis e criava novos com o mesmo tipo de conteúdo.
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24 de Abril de 2025: Mateus Silva de Paula é preso em casa durante cumprimento de mandado de busca e apreensão. Celulares, computadores e documentos são apreendidos.
O Esquema de Extorsão
Segundo o delegado Thiago Lima, responsável pelo caso, o suspeito utilizava as redes sociais para espalhar boatos, expor dados sensíveis e inventar histórias, muitas vezes envolvendo relacionamentos, separações e desentendimentos empresariais. Após o ataque, ele exigia valores entre R$ 500 e R$ 1 mil via Pix, direcionando os depósitos para diversas contas.
“Essas páginas faziam postagens criminosas com ofensas, mentiras ou informações íntimas das vítimas e exigiam dinheiro para que novas publicações não fossem feitas ou para apagar as já realizadas”, afirmou o delegado.
Uma das vítimas chegou a transferir R$ 800 para evitar novas postagens. No entanto, segundo o delegado, “em alguns casos, o plano da extorsão expirava e eles publicavam novamente aquela ofensa e pediam novos pagamentos”.
Além disso, a Polícia Civil também investiga a participação de uma mulher, supostamente companheira de Mateus, que poderia estar envolvida no esquema.
Prejuízos Pessoais e Profissionais
O conteúdo publicado pelo criminoso gerava prejuízos não apenas à imagem pessoal das vítimas, mas também à vida profissional de muitas delas. De acordo com a polícia, Mateus agia há pelo menos um ano e dificultava a identificação ao apagar constantemente os perfis.
“Temos informações vinculadas a divórcios, novos relacionamentos, questões envolvendo cisões empresariais e possíveis desacordos entre empresas. Isso, além de prejudicar a vida pessoal das pessoas, também prejudicava a vida profissional”, completou o delegado Thiago Lima.
Próximos Passos
A investigação segue em andamento para identificar possíveis cúmplices, bem como as pessoas que alimentavam os perfis com informações falsas. Internautas que colaboravam com o perfil também poderão ser responsabilizados criminalmente.
Mateus Silva de Paula confessou os crimes durante depoimento. Ele deve responder por crimes de extorsão, falsidade ideológica e difamação, podendo pegar até 8 anos de prisão, além de responder a processos cíveis movidos pelas vítimas.
Reportagem de Marcello Sampaio – Coluna Polícia em Ação