Confusão, agressões e denúncias: Baile do Espadim 2025 termina em tumulto no Clube Santa Mônica

Confusão no Baile do Espadim: casal embriagado agride cadetes e tumultua cerimônia militar

Evento tradicional da Polícia Militar do Paraná termina em insultos, agressões e boletim de ocorrência. Ex-policial e esposa se dizem vítimas, mas têm histórico de ameaças. Caso gera investigação interna e repercute na corporação.

Por Marcello Sampaio – Direto da Redação | Coluna “Polícia em Ação”

O que deveria ser uma noite de celebração e tradição militar acabou em tumulto, agressões e registro policial. O Baile do Espadim 2025, evento que marca a entrada oficial dos cadetes do 1º ano do Curso de Formação de Oficiais (CFO) da Polícia Militar do Paraná (PMPR) na vida militar, foi interrompido na madrugada deste sábado (26), após um casal embriagado causar desordem generalizada no Clube de Campo Santa Mônica, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba.

O evento

A festa aconteceu após a cerimônia solene de entrega do Espadim Tiradentes na manhã de sexta-feira (25), na Academia Policial Militar do Guatupê (APMG), em São José dos Pinhais. Ao todo, 106 cadetes receberam o espadim — réplica da espada dos oficiais — símbolo da dedicação, disciplina e compromisso com a instituição.

O Baile do Espadim, realizado anualmente, é um dos momentos mais esperados, celebrando a apresentação oficial dos cadetes à sociedade, reunindo autoridades civis, militares, familiares e convidados especiais.

Entre os presentes estavam o Comandante-Geral da PMPR em exercício, coronel Paulo Henrique Semmer, o Chefe do Estado-Maior, coronel Paulo Roberto Lima, e o comandante da APMG, coronel José Luiz Beggiora Júnior.

Linha do tempo do tumulto

03h00 — Mainara B. E. sobe ao palco do DJ sem autorização, pega o microfone e começa a cantar.

03h05 — Alexandre A. N. ergue Mainara nos ombros e circula pela pista, ambos visivelmente embriagados, colocando a segurança do evento em risco.

03h10 — As oficiais 1º Tenente PM Beatriz Gertz Merege e 2º Tenente PM Gabriela Fontana dos Santos intervêm e pedem para cessar o comportamento imprudente.

03h15 — Alexandre reage com hostilidade, toca o rosto da Tenente Gertz, ameaça a Tenente Fontana e menciona supostas ligações com o coronel Angelotti.

03h20 — Após se afastarem brevemente, o casal retorna agressivo: Alexandre tenta confrontar a Tenente Gertz e Mainara xinga os militares.

03h30 — Major PM Araújo também é insultado com palavrões e xingamentos homofóbicos.

03h40 — O casal se envolve em vias de fato com convidados ainda não identificados.

03h50 — Alexandre atinge o rosto da Cadete 2º PM Henning.

04h00 — Alexandre e Mainara são contidos fisicamente e retirados do salão.

04h10 — No estacionamento, continuam ameaçando militares e tentam nova agressão à Tenente Gertz.

04h20 — Casal tenta alegar ser militar, apresenta informações contraditórias e é identificado; Alexandre já responde por ameaças e perseguições (BOs 2023/1211277 e 2023/1157520).

04h30 — Apoio de viaturas é acionado; ocorrência registrada no 22º BPM.

A versão do casal

Posteriormente, Alexandre e Mainara acionaram o 190 alegando terem sido vítimas de abuso. Segundo eles, após Mainara subir ao palco (ato que, afirmam, teria sido autorizado pelo DJ), passaram a ser hostilizados por militares e civis, sendo chamados de “penetras” e “vagabunda”.

Afirmam ainda que, ao serem retirados do salão, Mainara teve o vestido puxado e ficou com os seios à mostra, sofrendo constrangimento, enquanto Alexandre teria sido levado para um corredor e agredido fisicamente.

No estacionamento, dizem ter sido retirados do carro à força, Alexandre teria sofrido um golpe tipo “mata-leão”, tudo filmado por eles. Mainara acusa ainda o Tenente Merege de agressão física (tapa no rosto e tentativa de estrangulamento). Um sapato arremessado contra o carro foi apresentado como prova no local.

Segundo o casal, a Tenente Gertz teria tentado agir de forma respeitosa para evitar a escalada da confusão.

Histórico dos envolvidos

  • Alexandre A. N. P.: ex-policial militar, responde a boletins de ocorrência anteriores por ameaça e perseguição (BOs 2023/1211277 e 2023/1157520).

  • Mainara B. E.: sem histórico policial relevante conhecido, mas reiterou ofensas verbais graves contra a PMPR no decorrer dos eventos.

Consequências jurídicas

A ocorrência registrada no 22º BPM e os depoimentos colhidos indicam que Alexandre e Mainara podem ser responsabilizados por:

  • Desacato (Art. 331 do Código Penal);

  • Ameaça (Art. 147);

  • Resistência à prisão (Art. 329);

  • Lesão corporal (Art. 129);

  • Perturbação da ordem pública.

Já os militares mencionados também serão alvo de apurações internas para apurar eventuais excessos na contenção do casal, conforme orientado no atendimento da ocorrência e encaminhamento para inquérito policial.

Falta de câmeras no local

O responsável pela segurança do evento, Tiago Augusto Cordeiro, informou que não havia câmeras de monitoramento na área do salão principal do clube, o que dificulta a obtenção de imagens para esclarecer todos os detalhes do tumulto.

Conclusão

A noite que deveria simbolizar o começo da jornada militar de mais de uma centena de novos cadetes acabou manchada por um episódio lamentável de desordem e agressões. O caso agora segue em investigação pela Polícia Civil e pela Corregedoria da Polícia Militar do Paraná.

Reportagem de Marcello Sampaio Direto da Redação | Coluna “Polícia em Ação “Tribuna da Cidade

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