A Polícia Civil confirmou a identidade do homem que aparece sendo brutalmente assassinado em um vídeo divulgado no início de abril. Trata-se de Jonas Ferreira de Moraes Andrade, desaparecido desde 2022. Ele foi reconhecido como a vítima da execução promovida por Kainan Wesley Batista Meira, apontado como líder de um grupo criminoso que se passava por policiais civis para praticar tortura e assassinatos na região metropolitana de Curitiba.
Cronologia dos fatos:
✔️ Junho de 2022
Jonas Ferreira desaparece. Segundo familiares, ele já havia alertado que estava sendo perseguido e chegou a dizer ao irmão que, caso desaparecesse, “estaria morto”. Ele tinha passagens pela polícia, mas estava em liberdade há quatro anos. A última informação confirmada sobre ele é de que foi morto em 12 de junho de 2022, embora o corpo nunca tenha sido localizado.
✔️ 10 de abril de 2025
Uma megaoperação da Polícia Civil é deflagrada em Curitiba, Colombo e Almirante Tamandaré, com 80 agentes cumprindo 14 mandados judiciais. Dois criminosos foram presos, mas Kainan Wesley Batista Meira, chefe do grupo, segue foragido.
✔️ Início de abril de 2025
A Polícia Civil divulga o vídeo que registra a execução de Jonas. A gravação mostra Kainan e ao menos dois comparsas matando o homem a facadas em um matagal. Eles vestem roupas que simulam fardas da Polícia Civil. A vítima implora por perdão, dizendo:
“Pelo amor de Deus! Meu Jesus, perdoa meus pecados… Livra minha alma do mal, me salva…”
Durante a gravação, Kainan afirma friamente:
“Agora já era.”
✔️ 22 de abril de 2025
A vítima do vídeo é oficialmente identificada como Jonas Ferreira, por meio de investigações policiais. O caso é tratado como execução premeditada.
Vingança pessoal e histórico familiar
A delegada Magda Hofstaetter, responsável pelas investigações, informou que Kainan comanda uma organização criminosa ligada ao tráfico de drogas e a execuções por vingança. A motivação para o assassinato de Jonas, segundo a investigação, está relacionada ao assassinato do pai de Kainan, ocorrido há cerca de 20 anos.
Na época, o pai de Kainan foi morto por homens disfarçados de policiais que invadiram a casa da família. Acreditando que Jonas poderia estar envolvido no crime, Kainan passou a persegui-lo – mesmo que, conforme consta nos registros, Jonas ainda estava preso na época da morte do pai de Kainan, o que enfraquece a tese da motivação direta.
Kainan e Jonas eram primos, o que adiciona mais um elemento trágico e perturbador ao caso.
Kainan Wesley Batista Meira, apontado como chefe da quadrilha – Foto: Reprodução
Investigações seguem em curso
A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) continua apurando o caso e busca localizar Kainan e os demais envolvidos nas execuções. O vídeo se tornou peça central nas investigações e na busca pelos foragidos.
Reportagem de Marcello Sampaio – Coluna Polícia em Ação
Especialista em política e segurança pública
