FAB alerta: aviões oficiais para transporte de autoridades só têm combustível até 3 de agosto

Corte orçamentário de mais de R$ 800 milhões compromete operações da Força Aérea, que inclui transporte de ministros, órgãos para transplante e outras missões essenciais

As aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), utilizadas no transporte de autoridades do alto escalão do governo, além de órgãos para transplante e em outras missões fundamentais, só têm garantias de abastecimento com querosene de aviação até o dia 3 de agosto. A partir dessa data, os voos oficiais correm o risco de serem suspensos por falta de combustível.

A própria FAB confirmou que suas atividades vêm sendo fortemente afetadas por um contingenciamento orçamentário de R$ 812,2 milhões, determinado ao Comando da Aeronáutica (Comaer) no mês de maio, como parte de um bloqueio mais amplo de R$ 2,6 bilhões no orçamento do Ministério da Defesa.

“Houve impactos severos em praticamente todas as atividades, desde as operacionais até as logísticas e administrativas”, afirmou o Comando em nota oficial.

Além do problema com combustível, a coluna apurou que a manutenção das aeronaves também enfrenta dificuldades, com atrasos e falta de peças, decorrentes dos cortes nos recursos disponíveis.

Impacto vai além de ministros

Embora os voos da FAB sejam frequentemente usados por ministros de Estado, presidentes de tribunais e outras autoridades, eles também são essenciais em situações de emergência. O transporte de órgãos humanos para transplantes, por exemplo, depende da disponibilidade dessas aeronaves e do combustível necessário para as missões.

Recursos escassos

O orçamento total da Aeronáutica para o ano de 2025 é de R$ 29,4 bilhões, dos quais R$ 13,2 bilhões já foram utilizados. A maior parte desse montante (R$ 23,7 bilhões) está comprometida com despesas de pessoal, incluindo soldos de militares e pensões. Restam apenas R$ 2,2 bilhões para materiais de consumo, como combustível, e R$ 1,6 bilhão voltado a investimentos.

Mesmo diante das limitações financeiras, o governo federal autorizou a instalação de duas salas VIP da FAB na COP 30, que será realizada em Belém (PA) em novembro, o que gerou críticas internas quanto à prioridade dos gastos.

Trecho da nota da FAB

“No tocante às despesas discricionárias, foram estabelecidos critérios, métodos e premissas para a definição das ações orçamentárias cujas atividades e projetos seriam afetados… Considerando o alto valor dos bloqueios e dos contingenciamentos, houve impactos severos em praticamente todas as atividades, desde as operacionais até as logísticas e administrativas.”

“No que diz respeito aos projetos estratégicos, a redução de 17% do valor da LOA irá requerer ajustes contratuais, a fim de mitigar impactos nos cronogramas de entregas das aeronaves”, completou o Comando.

A situação acende um alerta sobre a capacidade de operação da FAB nos próximos meses e levanta preocupações quanto à continuidade de serviços estratégicos para o país.

Créditos: Jornalista Marcello Sampaio | Redação e Assessoria

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