Ex-prefeito de Curitiba enfrenta isolamento político, mas encontra no PMB uma possível nova casa para 2026
Por Redação – Grupo GVPCom | 22/07/2025
O ex-prefeito de Curitiba, Rafael Greca, vive um momento de ostracismo político. Desde que deixou o Palácio 29 de Março, o que se vê é um visível afastamento de aliados que antes o cercavam com entusiasmo. Nomes históricos como Luciano Ducci (PSB) e Ricardo Barros (PP) já não o procuram como antes. Em eventos políticos, sua presença já não é cercada de claque, nem de bajulação. Um deputado estadual chegou a ironizar a situação, dizendo que “em 2026, Greca vai lamber sabão” — expressão popular que sugere que ele estaria fora do jogo político nas próximas eleições.

Sem mandato e longe dos holofotes, Greca assiste ao enfraquecimento de seu capital político, com cada vez menos espaço para articulações dentro dos grupos tradicionais. O clima de desprestígio cresce, e a possibilidade de disputar uma vaga ao Senado ou à Câmara Federal ainda é incerta. Aliados mais próximos sugerem que ele precisará descer do salto e reaprender a dialogar para reconstruir pontes e iniciar um novo ciclo político.

Contudo, um novo cenário começa a se desenhar. Em meio ao silêncio das velhas siglas, o PMB (Partido da Mulher Brasileira) surge como uma alternativa concreta para o ex-prefeito. Segundo Marcello Sampaio, secretário-geral estadual da legenda no Paraná, as portas estão abertas para Greca. “Temos um projeto robusto para 2026, e se ele quiser somar, será bem-vindo. Aqui, ninguém será desprezado por vaidade alheia”, afirmou Sampaio em entrevista à redação do Grupo GVPCom.

O PMB vive atualmente um momento de profunda reestruturação no estado. Desde que Marcello Sampaio e Danilo D’Ávila, presidente estadual da legenda, assumiram o comando, o partido passa por auditorias internas para corrigir erros e desvios de conduta cometidos por antigas gestões. “Estamos fazendo uma reformulação completa, com responsabilidade e seriedade. Os antigos dirigentes deixaram muitos problemas, e agora estamos auditando tudo com profissionais especializados”, disse Sampaio.
Além disso, o PMB já articula nos bastidores uma mudança de nome e reposicionamento no cenário político nacional. “Nos próximos meses, deixaremos de ser apenas o ‘Partido da Mulher Brasileira’. Aguardamos apenas a chancela do TSE para lançar oficialmente o novo nome em Curitiba, em um grande evento da direção nacional”, adiantou Danilo D’Ávila.

A legenda já atraiu o interesse de deputados eleitos por outras siglas, que assinaram suas fichas de filiação e devem migrar oficialmente na janela partidária que se encerra em abril de 2026. Há ainda, segundo Sampaio, secretários do atual governo de Ratinho Júnior que estão “de malas prontas” para integrar o novo projeto político do partido no Paraná.
Muitas dessas lideranças que estão vindo para o PMB são deputados federais e estaduais que entenderam os riscos de permanecer em partidos superinflados, como PP, PL, União Brasil e Podemos. “Com tantas figuras disputando espaços nessas siglas tradicionais, o risco de serem deixados de fora das chapas ou de não se reelegerem é muito alto. Por isso, esses parlamentares preferem construir conosco uma nova frente partidária, onde concorrerão em condições mais equilibradas e com protagonismo garantido”, explicou Marcello Sampaio.

Segundo ele, o PMB, que ainda figura como partido de pequeno porte, poderá surpreender nas eleições de 2026. “Estamos deixando de ser uma frente nanica para nos tornar uma frente de renovação e novos rumos na política paranaense e nacional. Com as lideranças que estão chegando e o novo nome que adotaremos em breve, vamos competir de igual para igual com os grandes partidos. Essa é a nossa meta, e estamos no caminho certo”, finalizou.
Rafael Greca, portanto, ainda tem cartas na manga. Mesmo desprezado por antigos aliados, pode encontrar no novo PMB um espaço legítimo para recomeçar — desde que esteja disposto a construir pontes e abandonar os ares de soberba que o acompanharam por décadas.
