Por Marcello Sampaio – Politica em pauta
Um levantamento baseado em análises de aceitação popular e projeção política aponta que, se a eleição para governador do Paraná acontecesse hoje, o senador Sergio Moro (União Brasil) largaria na frente na preferência do eleitorado. Conhecido nacionalmente pelo papel na Operação Lava Jato e pela atuação como ministro da Justiça, Moro mantém forte apelo junto ao público conservador e antipetista, o que garante cerca de 24% de intenção de voto em estimativa ilustrativa.

Na segunda colocação aparece Alexandre Curi (PSD), presidente da Assembleia Legislativa, com cerca de 18%. Curi é o nome mais competitivo do grupo ligado ao governador Ratinho Junior, com forte presença no interior e grande articulação política.
O Secretário das Cidades, Guto Silva (PSD), aparece em terceiro, com 12%, apoiado no trânsito político e na proximidade com o governador. Logo atrás está o ex-prefeito de Curitiba e atual secretário estadual, Rafael Greca (PSD), com 10%, sustentado por alta popularidade na capital, mas dificuldade de penetração no interior.

Entre os demais nomes, o deputado federal Paulo Martins (PL) soma 9%, sendo o preferido de parte do eleitorado bolsonarista. O vice-governador Darci Piana (PSD) aparece com 8%, sustentado pelo apoio do setor empresarial, mas com pouca presença popular. A ex-governadora Cida Borghetti (PP) fecha a lista com 6%, mantendo base sólida no noroeste, mas com dificuldade de ampliar alcance estadual.
Projeção de hoje
- Favorito isolado: Sergio Moro, se conseguir manter o eleitorado conservador unido.
- Adversários competitivos: Alexandre Curi e Guto Silva, caso recebam apoio explícito de Ratinho Junior.
- Cenário interno no PSD: partido domina a lista de possíveis candidatos, mas precisaria unificar um nome para enfrentar Moro com chances reais.
Se o pleito fosse agora, Moro despontaria como o próximo governador do Paraná pelo gosto popular, mas a disputa estaria aberta, principalmente se o atual grupo de Ratinho Junior lançar um candidato único e mobilizar a máquina política e o interior do estado.

Análise de possíveis candidatos ao Governo do Paraná
Darci Piana – Vice-governador do Paraná (PSD)
- Histórico político: Empresário e ex-presidente da Fecomércio-PR, entrou na política pela mão de Ratinho Junior como vice em 2018 e foi reeleito em 2022. Perfil discreto, mais ligado a pautas econômicas e empresariais do que à articulação política de massas.
- Aceitação popular: Moderada. Tem boa relação com o setor produtivo, mas pouco apelo junto ao eleitor comum, sendo mais conhecido no meio empresarial.
- Chances reais: Baixas a moderadas. Pode ser nome de consenso interno do PSD se Ratinho decidir apoiar alguém “técnico” e confiável, mas dificilmente teria força sozinho sem o apoio maciço da máquina do governo.

Guto Silva – Secretário das Cidades (PSD)
- Histórico político: Deputado estadual, depois federal, braço direito de Ratinho Junior desde o início do governo, ocupando cargos estratégicos. É visto como articulador político e técnico, com trânsito fácil no interior.
- Aceitação popular: Boa no interior, baixa na capital. Não é muito conhecido fora dos círculos políticos, mas tem reputação de gestor competente.
- Chances reais: Moderadas. É o nome “técnico-político” do grupo de Ratinho. Pode crescer se tiver apoio oficial e tempo para se apresentar ao eleitorado.
Alexandre Curi – Presidente da Assembleia Legislativa (PSD)
- Histórico político: Deputado estadual com base fortíssima no interior, especialmente no centro e norte do estado. Vem de família tradicional na política paranaense. Atualmente é o político com maior influência dentro da Assembleia.
- Aceitação popular: Alta no interior, quase nula na capital. Popular entre prefeitos e vereadores por seu poder de articulação e distribuição de recursos.
- Chances reais: Altas dentro do grupo do PSD, mas depende de ampliar seu nome para a capital e Região Metropolitana. Tem estrutura política muito sólida.
Rafael Greca – Ex-prefeito de Curitiba, atual Secretário de Desenvolvimento Sustentável (PSD)
- Histórico político: Três vezes prefeito de Curitiba, já foi deputado, ministro e secretário de Estado. Figura carismática, mas também polêmica por declarações duras.
- Aceitação popular: Muito alta em Curitiba (especialmente entre eleitores mais velhos), mas rejeição considerável em algumas regiões do interior.
- Chances reais: Moderadas. É um político conhecido e com experiência, mas teria dificuldade em ampliar base fora da capital e vencer o desgaste natural de sua longa carreira.
Sergio Moro – Senador pelo Paraná (União Brasil)
- Histórico político: Ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro. Eleito senador em 2022 com votação expressiva, apesar de polarizar opiniões.
- Aceitação popular: Alta entre eleitores conservadores e antipetistas, mas rejeição elevada entre eleitores de centro-esquerda e parte do centro. É figura nacional, o que ajuda na visibilidade.
- Chances reais: Altas, se conseguir unir o campo da direita e atrair apoio de Ratinho Junior ou de parte do empresariado. Polarização pode jogar contra em cenários equilibrados.

Cida Borghetti – Ex-governadora do Paraná (PP)
- Histórico político: Foi vice de Beto Richa e assumiu o governo em 2018, tornando-se a primeira mulher a governar o Paraná. Também foi deputada federal e estadual. Tem forte base no interior.
- Aceitação popular: Boa no noroeste e norte do estado, onde sua família tem influência, mas pouco apelo na capital.
- Chances reais: Baixas a moderadas. Depende de coligação forte e apoio explícito de grandes partidos, pois sozinha não mobiliza grande parte do eleitorado estadual.
Paulo Martins – ex Deputado federal – atual vice prefeito de Curitiba (NOVO)
- Histórico político: Jornalista, ex-comentarista da Jovem Pan e aliado de Jair Bolsonaro. Foi candidato ao Senado em 2022 e quase venceu Sérgio Moro. Tem discurso forte e alinhado à direita ideológica.
- Aceitação popular: Alta no eleitorado bolsonarista, mas desconhecido fora desse nicho. Pouca inserção no interior profundo e em setores mais moderados.
- Chances reais: Moderadas. Depende da força do bolsonarismo em 2026 e de conseguir apoio partidário estruturado.

Leitura Geral do Cenário
- Favoritos com maior potencial eleitoral: Sergio Moro e Alexandre Curi
- Fortes se tiverem apoio oficial de Ratinho: Guto Silva e Darci Piana
- Nomes com apelo local, mas dificuldade estadual: Rafael Greca e Cida Borghetti
- Figura de nicho com chance de polarizar disputa: Paulo Martins
Projeção hoje:
- Se Ratinho Junior apoiar Sergio Moro, ele larga como favorito.
- Se Ratinho apostar num nome interno, Alexandre Curi e Guto Silva são as opções mais competitivas.
- Uma eventual fragmentação da direita pode abrir espaço para surpresas, mas o PSD hoje é o partido mais estruturado para manter o comando do estado.
