Execução de jovem de 16 anos escancara a escalada da violência ligada ao tráfico
Por Marcello Sampaio – Investigação & Bastidores
Era para ser apenas mais um domingo comum em Araucária. Mas a tranquilidade da Rua Pinguim, no bairro Capela Velha, foi rompida por rajadas de tiros. Dentro de uma distribuidora de bebidas, Alan Felipe da Silva Galvão, 16 anos, tombava sem vida após ser alvejado por diversos disparos.
Segundo testemunhas, um veículo SUV preto parou em frente ao comércio. De dentro, quatro homens armados desceram e abriram fogo sem dar qualquer chance de reação.
QUEM ERA ALAN
Alan era conhecido no bairro, filho de Rosiclea da Silva. Jovem simples, sonhava em trabalhar com tecnologia. Seu assassinato brutal não apenas deixou uma família em luto, mas também acendeu o alerta sobre a escalada da violência em Araucária.
Dois jovens que estavam no local sobreviveram ao ataque e contaram o que viveram.
🗨️ Lucas E. B, 20 anos:
“Foi muito rápido. O carro parou, os caras desceram já atirando. Não deu tempo de nada. Só vimos o Alan cair e corremos para nos proteger.”
🗨️ Nicolly R. M, 21 anos:
“Estávamos conversando, tomando refrigerante, quando tudo começou. Foi um barulho ensurdecedor. Eu só consegui gritar e me abaixar. Nunca pensei passar por isso.”
ARAUCÁRIA EM ALERTA
Segundo dados levantados junto às forças de segurança, os homicídios cresceram 38% em 2025 na cidade. Boa parte dos casos está ligada ao tráfico de drogas e às chamadas execuções de queima de arquivo, que eliminam rivais ou possíveis delatores.
INVASÕES E FACÇÕES
Autoridades destacam que áreas de invasão e loteamentos irregulares se transformaram em verdadeiros corredores do tráfico, dominados por facções. Esses locais acabam funcionando como zonas de exclusão, onde o crime manda mais do que o Estado.
O COMÉRCIO SUFOCADO PELO MEDO
Donos de bares e mercados relatam queda no movimento e insegurança constante.
🗨️ Comerciante da distribuidora:
“A gente vive com medo. Pode ser a gente a próxima vítima. Muitos pensam em fechar as portas.”
🗨️ Empresário da Av. Curitiba:
“Aqui não tem mais sossego. O cliente compra rápido e vai embora. A violência espanta todo mundo.”
A POPULAÇÃO ABANDONADA
Famílias dizem viver sitiadas dentro da própria cidade.
🗨️ Moradora do bairro Passaúna:
“Nossos filhos não podem brincar na rua. Vivemos com medo diário de um tiroteio.”
🗨️ Estudante local:
“A violência virou rotina. Quando ouvimos tiros, já sabemos que é mais um morto.”
A RESPOSTA DO ESTADO
Polícia Militar, Guarda Municipal e Polícia Civil preparam uma megaoperação contra o tráfico em Araucária nos próximos dias. O objetivo é sufocar facções e reduzir as execuções sumárias que assolam a cidade.
O POLÊMICO DEBATE SOBRE AS “SEDAS”
Outro ponto citado por moradores é a venda de sedas, usadas no consumo de maconha. Para muitos, esse comércio deveria ser proibido, como medida simbólica e prática contra a normalização das drogas.
🗨️ Pai de família:
“É um absurdo vender seda em qualquer bar. É como dar munição para o vício.”
REFLEXÃO FINAL
O assassinato de Alan Felipe da Silva Galvão não é apenas mais uma tragédia, mas o retrato de uma cidade sitiada pelo medo e pelo crime organizado. Enquanto famílias choram, comerciantes fecham mais cedo e crianças são privadas da infância, o futuro de Araucária depende da eficiência do Estado em cumprir sua promessa de combater o tráfico e devolver a paz à população.