Por Marcello Sampaio – Coluna Política em Pauta.
Araucária, 28 de abril de 2025 — A instabilidade política atinge níveis alarmantes em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba. O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) confirmou a desaprovação das contas de aproximadamente 90% dos vereadores eleitos em 2024. Como se não bastasse, o prefeito Dr. Gustavo Botogoski (PL) e sua vice, Tatiana Assuiti (Solidariedade), também tiveram suas contas rejeitadas, estando agora sob risco real de cassação de seus mandatos.
A cidade, conhecida por ter o terceiro maior Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná, vive uma crise institucional sem precedentes, com denúncias de corrupção, nepotismo e fraudes em contratos públicos manchando a atual administração.
TRE-PR Enterra Mandatos: Vereadores Com Contas Rejeitadas!
Em sessão realizada no dia 23 de abril, o TRE-PR manteve a decisão do Juízo da 5ª Zona Eleitoral de Araucária e confirmou a desaprovação das contas de 12 dos 13 vereadores eleitos. Sob relatoria do Desembargador Julio Jacob Junior e redatoria do Desembargador Guilherme Frederico Hernandes Denz, o tribunal formou maioria pela rejeição.
Os vereadores com contas desaprovadas são:
• Vagner Chefer (PSD)
• Pedrinho da Gazeta (PSD)
• Professor Valter (Solidariedade)
• Olizandro Junior (MDB)
• Grilo Vilson Cordeiro (União)
• Paulinho Cabeleireiro (União)
• Celso Nicacio (PSD)
• Leandro da Academia (Solidariedade)
•Fábio Pedroso (PL)
••contas 100% aprovadas
Investigador Fábio Pavoni (PV)
aprovadas com ressalvas
Gilmar do Sindimont (PT)
• Pastor Castilhos (PL)
Nilso Vaz Torres (PL)
Com a manutenção da desaprovação, os vereadores agora enfrentam a possibilidade de ações de impugnação de mandato, que podem resultar na perda imediata dos cargos.
Prefeito e Vice na Berlinda: Gustavo Botogoski e Tatiana Assuiti Também Sob Risco de Cassação!
Não bastassem os problemas na Câmara Municipal, o chefe do Executivo, Dr. Gustavo Botogoski (PL), e sua vice, Tatiana Assuiti (Solidariedade), também foram atingidos.
As irregularidades encontradas nas contas da chapa majoritária são gravíssimas:
• Atrasos na prestação de contas;
• Uso inadequado de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC);
• Cheques sem comprovação de destino;
• Doações em espécie acima do limite permitido;
• Divergências em contratos de serviços de militância.
A Justiça Eleitoral apontou abuso de poder econômico, fato que poderá levar à cassação de ambos. Se confirmada, a cassação abrirá espaço para que o segundo colocado nas eleições, Dr. Cláudio (União Brasil), que teve 33,54% dos votos válidos, assuma a prefeitura.
Corrupção e Nepotismo: A Administração Municipal Acuada!
O Sindicato dos Servidores Municipais de Araucária (SIFAR) denunciou o ex-prefeito Hissam Hussein Dehaini por nepotismo escancarado: ao menos 12 parentes, incluindo ex-esposa e filhas, foram nomeados para cargos comissionados, custando cerca de R$ 9 milhões aos cofres públicos.
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) investiga o esquema, que evidencia o uso da máquina pública para beneficiar interesses pessoais.
Licitações Fraudulentas: Obras e Serviços Sob Investigação
As denúncias contra a Prefeitura de Araucária também incluem diversas irregularidades em contratos públicos:
• Construção de CMEIs: O Tribunal de Contas do Estado (TCE-PR) encontrou falhas em contratos de obras, como ausência de cláusulas essenciais e pagamentos indevidos.
• Equipamentos Hospitalares: Licitação suspensa após aceitação de propostas com valores inexequíveis.
• Extensão da Rede Elétrica: Licitação interrompida por favorecer empresas específicas, restringindo a competitividade.
• Contrato de R$ 10 Milhões Sem Licitação: Inquérito aberto para investigar a contratação da Fundação Instituto de Administração (FIA), com dispensa irregular de licitação e suspeitas de superfaturamento.
As investigações apontam um quadro de má gestão e possível corrupção generalizada.
Conclusão: Araucária à Beira do Abismo
Com a desaprovação em massa das contas de campanha, os vereadores eleitos, o prefeito e a vice estão na mira da Justiça. A cidade assiste perplexa a um possível “apagão político”, que poderá culminar na cassação em massa e na ascensão de novos gestores.
A situação exige respostas rápidas e firmes das autoridades competentes para restaurar a credibilidade da administração pública e proteger os interesses da população de Araucária.
A crise é profunda. A mudança, inevitável.
E o povo exige justiça.
Este conteúdo é de autoria do jornalista Marcello Sampaio, publicado originalmente na coluna “Política em Pauta”.