Por Marcello Sampaio 29/04/2025 às 22h22
A população de Araucária assiste, estarrecida, a mais um capítulo do caos administrativo que assola o município. A Justiça determinou a imediata suspensão do Chamamento Público nº 001/2025, promovido pela Prefeitura, alegando sérias irregularidades na condução do processo. A medida atinge diretamente o prefeito Luiz Gustavo Botogoski, sua esposa e secretária de Saúde, Renata Knopik Botogoski, e a própria Secretaria Municipal de Saúde, mergulhada em denúncias e críticas.
A decisão judicial é apenas a ponta do iceberg de uma gestão marcada pela inércia, desorganização e falta de capacidade técnica. Nos bastidores, cresce a revolta contra um governo que parece completamente desconectado da realidade dos cidadãos, especialmente os mais vulneráveis.
“O governo não tem condições de executar nenhuma política pública de alcance social. Basta ver o plantel de secretários“, dispara uma fonte ligada ao setor público.
A crítica vai além da mera opinião política. É um retrato contundente da paralisia administrativa que tomou conta da cidade.
“Nada contra as pessoas medíocres, mas eles não têm condições intelectuais de alavancar qualquer projeto frente às deficiências existentes na cidade de Araucária“, completa.
“Vivem um deslumbre“, resume, indignado, outro servidor.
Nas ruas, o clima é de frustração e revolta. Cidadãos relatam a sensação de abandono e a falta de perspectivas sob a atual gestão:
“A gente não vê nenhuma melhoria. Só promessas e mais promessas. Enquanto isso, quem precisa de saúde tem que esperar meses por atendimento“, afirma Maria do Carmo, moradora do bairro Capela Velha.
“Eles só aparecem em época de eleição. Depois somem. Quem tá no posto de saúde sabe a realidade: falta médico, falta remédio, falta respeito!“, denuncia João Batista, autônomo da região do Costeira.
“É um descaso total. Nunca vi um governo tão perdido. Parece que estão brincando com a nossa cara“, desabafa Luciana Ferreira, auxiliar de serviços gerais.
“A cidade tá largada. A gente paga imposto e não tem retorno nenhum. Eles vivem em gabinete, ar-condicionado, e a gente aqui na lama!“, conclui Carlos Menezes, comerciante local.
A atual gestão parece viver em um estado de deslumbre e negação, alheia às necessidades urgentes da população, enquanto decisões equivocadas e mal planejadas são tomadas sem qualquer responsabilidade social ou técnica.
A suspensão do Chamamento Público pela Justiça é mais uma prova de que algo muito grave está acontecendo nos bastidores do poder municipal. O que deveria ser um instrumento de melhoria e transparência virou alvo de suspeitas e constrangimento judicial.
Enquanto isso, a saúde pública agoniza, os serviços básicos falham, e a esperança dos araucarienses se dissolve diante de uma administração que demonstra total despreparo para lidar com os desafios do município.
A pergunta que fica é:
Até quando a população de Araucária vai suportar tamanha negligência e despreparo?
Marcello Sampaio é jornalista investigativo especialista em politica e segurança pública e acompanha os bastidores políticos de Araucária há mais de uma década.