Fernando Collor é preso por corrupção: entenda os detalhes da condenação e os bastidores do esquema

O ex-presidente da República e ex-senador Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira (25) em Maceió, Alagoas, para cumprir pena de 8 anos e 10 meses de prisão em regime fechado, conforme determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ordem de prisão foi emitida após o indeferimento de recursos da defesa, que buscavam adiar o início da execução da pena.

Collor foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusado de receber R$ 20 milhões em propinas da empreiteira UTC Engenharia em troca de favorecimento em contratos da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Além de Collor, também foram condenados Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, ex-ministro de seu governo, e Luís Pereira Duarte de Amorim, apontado como operador financeiro do esquema.

Detalhes do esquema de corrupção

Segundo as investigações da Operação Lava Jato, Collor utilizou sua influência política para nomear diretores na BR Distribuidora, facilitando a celebração de contratos com a UTC Engenharia. Em troca, teria recebido propinas que foram lavadas por meio de empresas e transações financeiras fraudulentas. As obras envolvidas incluem a construção de bases de distribuição de combustíveis em Porto Nacional (TO) e Cruzeiro do Sul (AC), além da ampliação do terminal de Duque de Caxias (RJ).

O ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, em delação premiada, afirmou que Collor recebeu entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões da UTC para facilitar esses contratos. Cerveró também revelou que Pedro Paulo de Leoni Ramos atuava como intermediário, apresentando uma tabela com os valores de propina devidos em cada contrato.

Linha do tempo do caso Collor

  • 2008: Início do envolvimento de Collor com a BR Distribuidora, nomeando aliados para cargos estratégicos.

  • 2014: Deflagração da Operação Lava Jato, que começa a investigar esquemas de corrupção na Petrobras e suas subsidiárias.

  • 2015: Operação Politeia realiza buscas em imóveis de Collor, apreendendo bens e documentos.

  • 2016: Delação de Nestor Cerveró implica Collor no recebimento de propinas da UTC Engenharia.

  • 2023: STF condena Collor a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

  • 2025: Ministro Alexandre de Moraes determina a prisão imediata de Collor após rejeição de recursos.

Repercussão política e social

A prisão de Collor gerou diversas reações no meio político. Parlamentares destacaram a importância do combate à corrupção e a necessidade de responsabilizar figuras públicas por seus atos. A população, por sua vez, expressou sentimentos de justiça e esperança na efetividade das instituições.

A Polícia Federal, responsável pela custódia de Collor, aguarda orientações do STF para a transferência do ex-presidente para Brasília, onde deverá cumprir sua pena.

Reportagem: Marcello Sampaio | Coluna Política em Pauta

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