Coluna Política em Pauta | Tribuna da Cidade
Por Marcello Sampaio
A disputa por uma cadeira na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) ganhou novos contornos com a movimentação da vereadora de Curitiba Carlise Kwiatkowski (PL), que ingressou com uma ação no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) para questionar a posse do deputado estadual Jairo Tamura (PL) na vaga aberta com a eleição de Marcel Micheletto (PL) para prefeito de Assis Chateaubriand.
Segundo apuração da coluna Política em Pauta, do jornalista Marcello Sampaio, Carlise sustenta que tanto Jairo Tamura quanto Rômulo Quintino — suplentes que estão à sua frente na linha sucessória — teriam deixado o Partido Liberal e retornado posteriormente apenas para ocupar cargos eletivos, o que, para a vereadora, configura infidelidade partidária com finalidade oportunista.
Entenda o caso
Carlise é a terceira suplente do PL e reivindica a exclusão de Tamura e Quintino da lista de suplência. Na ação, ela argumenta que ambos se desfiliaram do partido e só voltaram após o pleito eleitoral, beneficiando-se politicamente de forma irregular.
Inicialmente, o juiz eleitoral responsável indeferiu o pedido, sob o argumento de que Carlise não tinha legitimidade nem interesse processual imediato, uma vez que ainda era terceira suplente na ordem de sucessão.
No entanto, a situação mudou após a posse de Jairo Tamura como deputado estadual em fevereiro de 2025, o que, segundo a defesa de Carlise, a torna parte diretamente interessada, uma vez que ela passa a ser a próxima na fila caso Tamura seja excluído.
Parecer do Ministério Público pode mudar os rumos do processo
O Ministério Público Eleitoral, ao analisar o recurso apresentado por Carlise (agravo interno), deu parecer favorável à continuidade da ação, reconhecendo que agora há, sim, legitimidade e interesse direto da vereadora em discutir a regularidade da filiação de Tamura ao partido.
Apesar de ainda não haver julgamento de mérito, o parecer do MP é considerado um avanço jurídico relevante para as pretensões de Carlise, já que obriga o TRE-PR a avaliar a fundo a questão da possível infidelidade partidária.
“O reconhecimento do MP muda o jogo. Carlise agora tem o direito de ser ouvida em juízo. A disputa interna no PL está longe de acabar e pode abrir precedentes sobre o uso estratégico de filiações partidárias”, avalia o jornalista Marcello Sampaio, em sua coluna semanal.
Disputa interna acirrada no PL
O caso expõe uma tensão crescente dentro do próprio Partido Liberal, que busca se fortalecer no cenário estadual, mas agora enfrenta disputas internas que poderão ser decididas nos tribunais eleitorais.
Além disso, o processo pode servir como um termômetro do nível de organização da legenda e de como ela lida com sua própria lista de suplentes — um fator decisivo para o equilíbrio de forças nas próximas eleições estaduais.
Acompanhe todos os bastidores da política paranaense na coluna Política em Pauta, assinada por Marcello Sampaio, com exclusividade no Jornal Tribuna da Cidade.