Reportagem exclusiva do jornalista investigativo Marcello Sampaio — Jornal e Portal Tribuna da Cidade
O Ministério Público do Paraná (MPPR) denunciou o vereador Lucas Branco da Silva, do município de Doutor Ulysses, na Região Metropolitana de Curitiba, por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. A denúncia formal foi apresentada após meses de investigação sobre um crime que chocou a pequena cidade do interior.
Segundo a acusação, o crime aconteceu em dezembro de 2023, quando o vereador teria atraído a vítima, um homem de 50 anos, para uma emboscada em uma área rural do município. O homicídio foi cometido com a ajuda de um adolescente e outros envolvidos que ainda não foram identificados.
Um crime brutal envolvendo um agente público chocou o município de Doutor Ulysses, na Região Metropolitana de Curitiba. Overeador foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. A motivação, segundo as investigações, estaria ligada ao medo do parlamentar de ter informações políticas comprometedoras reveladas pela vítima.
Linha do tempo do crime
Início de dezembro de 2023
Segundo a denúncia, o vereador teria começado a arquitetar a morte de um homem de 50 anos, que possuía informações sensíveis de bastidores políticos. O receio de exposição pública teria sido o estopim para a trama criminosa.
14 de dezembro de 2023
Com a ajuda de um adolescente e possíveis outros cúmplices ainda não identificados, o vereador atraiu a vítima até a zona rural do município com a promessa de uma conversa. No local, o homem foi executado em uma emboscada, com uso de violência extrema.
15 de dezembro de 2023
O corpo da vítima foi ocultado em uma área de mata densa e de difícil acesso, no loteamento conhecido como Mundo Novo, dificultando a localização e levantando suspeitas de desaparecimento.
16 de dezembro de 2023
Após buscas, o cadáver foi encontrado em avançado estado de decomposição. O local e as condições em que o corpo foi encontrado reforçaram a hipótese de assassinato premeditado e ocultação de provas.
Janeiro a março de 2024
Durante a investigação conduzida pelo Ministério Público e Polícia Civil, foram colhidos depoimentos e provas que confirmaram a ligação direta do vereador com o assassinato. A participação do adolescente também foi comprovada, caracterizando o crime de corrupção de menor.
Abril de 2024
O MPPR formalizou a denúncia contra o parlamentar por:
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Homicídio qualificado (motivo torpe, emboscada e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima);
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Ocultação de cadáver;
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Corrupção de menor.
Os agravantes do crime
A denúncia é reforçada pelas três qualificadoras indicadas pelo Ministério Público:
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Motivo torpe: A vítima foi assassinada por representar uma ameaça política ao vereador;
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Emboscada: A morte foi armada para ocorrer de forma premeditada e covarde;
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Recurso que dificultou a defesa da vítima: O local isolado e a emboscada impossibilitaram qualquer reação ou fuga.
O que diz a Justiça?
O caso agora segue para análise do Judiciário, que decidirá pelo acolhimento da denúncia e, posteriormente, pelo julgamento do parlamentar, que poderá ser afastado do cargo e responder criminalmente pelos atos.
O envolvimento de um menor de idade agrava ainda mais a situação do vereador, que poderá ser enquadrado por corrupção de menor e formação de quadrilha, caso outros envolvidos sejam identificados.
O silêncio do acusado
Até o fechamento desta reportagem, o vereador e sua defesa não se pronunciaram publicamente. A Câmara Municipal de Doutor Ulysses também não emitiu nota oficial, embora o caso tenha causado forte repercussão na cidade.
Moradores da região estão indignados com a gravidade da acusação, e movimentos populares já se articulam para pressionar o Legislativo local a tomar providências.
Repercussão
O caso reacende o debate sobre a ficha limpa de políticos eleitos, o uso do poder para silenciar opositores e a necessidade de transparência e ética na política municipal, especialmente em cidades pequenas, onde o controle social é mais difícil.
Reportagem exclusiva e investigação: jornalista Marcello Sampaio
Jornal e Portal Tribuna da Cidade