Por Marcello Sampaio – Tribuna da Cidade | Redação Política e Segurança
Uma médica foi presa preventivamente nesta quinta-feira (15), em Maringá, no norte do Paraná, sob suspeita de estelionato, crimes contra a saúde pública, propaganda enganosa e comércio irregular de medicamentos para emagrecimento. A prisão foi efetuada pela Polícia Civil do Paraná (PCPR), que conduz as investigações.
De acordo com o delegado Bruno Delfino Sentone, da PCPR, a profissional é acusada de anunciar tratamentos com o medicamento Tirzepatida — cuja comercialização é proibida no Brasil —, mas aplicar outro fármaco, de menor valor e composição distinta, sem informar ou obter consentimento das pacientes. As denúncias partiram de diversas vítimas, principalmente na cidade de Arapongas, no norte do estado, onde os primeiros boletins de ocorrência foram registrados.
Além da troca de medicamentos, as pacientes relataram que a médica reutilizava seringas descartáveis e canetas injetoras, o que caracteriza risco direto à saúde dos usuários e grave violação das normas sanitárias.
Segundo a Polícia Civil, a mesma profissional já era investigada em outra comarca do estado. Em Colorado, o Poder Judiciário havia imposto medidas cautelares, incluindo a suspensão do exercício profissional por 90 dias. Ainda assim, a médica teria continuado a atuar de forma clandestina em Arapongas e Sabáudia, utilizando pessoas interpostas para entregar medicamentos já acondicionados em seringas, enviadas diretamente às residências das pacientes.
Durante a operação que resultou na prisão, também foi cumprido um mandado de busca e apreensão em um consultório localizado em Sabáudia, onde a médica mantinha as atividades irregulares.
O delegado Bruno Sentone destacou que as investigações permanecem em andamento para localizar novas vítimas, identificar possíveis coautores e realizar perícia nos materiais apreendidos. “Há indícios de uma atuação sistemática e deliberada com desrespeito à legislação sanitária e ao direito dos consumidores”, afirmou.
A Polícia Civil orienta que outras pessoas que tenham se submetido a tratamentos com a profissional entrem em contato com as autoridades para colaborar com o inquérito. A médica permanece à disposição da Justiça e poderá responder por múltiplos crimes, incluindo contra a saúde pública, estelionato e falsidade ideológica.