Por Marcello Sampaio, com o NI do Grupo GVPCom – Coluna Política em Pauta | Tribuna da Cidade
Brasília ferve nos bastidores da política nacional. O escândalo bilionário dos descontos indevidos em aposentadorias do INSS já gerou três pedidos de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) — e a pressão só aumenta. Mas, apesar da gravidade dos indícios, a oposição segue rachada sobre o melhor caminho: afastar Lula agora ou deixá-lo sangrar até 2026?
O racha interno é claro. Enquanto nomes como o líder da oposição na Câmara, Zucco (PL), e os deputados Nikolas Ferreira (PL), Carla Zambelli (PL) e Marcel Van Hattem (Novo) batem o martelo a favor do afastamento imediato do petista, outras alas, inclusive da base bolsonarista, ponderam que a troca por Geraldo Alckmin (PSB), o atual vice, seria um “trocando seis por meia dúzia” — e ainda daria tempo de palanque ao PSB.
“O problema de esperar o governo sangrar até a eleição de 2026 é que, até lá, a população também sangra”, disparou Nikolas Ferreira, em tom inflamado nos corredores do Congresso.
Fontes ouvidas pela Coluna Política em Pauta revelam que a família Bolsonaro está mais inclinada a concentrar forças na anistia de aliados e no enfraquecimento gradual do governo petista, do que a investir agora em um processo de impeachment, que poderia ter desfecho incerto e prazo político desfavorável.
Na prática, o terceiro pedido de impeachment foi protocolado nesta quinta-feira (8) pelo deputado estadual Guto Zacarias (União Brasil), de São Paulo. Antes dele, já haviam entrado com representações o deputado federal Evair Vieira de Melo (PP) e o distrital Pastor Daniel (PP).
Segundo o regimento da Câmara, qualquer cidadão pode pedir o afastamento do presidente da República por crime de responsabilidade. Mas é o presidente da Câmara quem decide se aceita ou arquiva o pedido. Para abrir o processo, são necessários 342 votos favoráveis no plenário da Casa. Depois disso, o julgamento cabe ao Senado.
E a bomba política?
O núcleo de investigação do Grupo GVPCom levantou que, mesmo após as demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, a base governista tenta blindar Lula a todo custo — e o silêncio estratégico de aliados como Arthur Lira (PP) só reforça a tensão.
Com Lula cercado por escândalos, pressões e um Congresso instável, o clima em Brasília é de guerra fria política. Tudo pode mudar com uma delação, uma nova operação da PF ou um movimento brusco da oposição.
Resta saber: a bomba explode agora ou em 2026?