Politica em Pauta | Tribuna da Cidade
Por Marcello Sampaio
Com articulações intensas e lideranças experientes à frente do processo, a Rede Sustentabilidade começa a pavimentar sua estratégia para as eleições de 2026 no Paraná. O ex-vice-reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e ex-secretário de Ciência e Tecnologia do Estado, Aldair Rizzi, assumiu a coordenação do planejamento político e eleitoral do partido no estado, prometendo uma reestruturação ampla, com presença nas 399 cidades paranaenses.
Segundo levantamento exclusivo da Tribuna da Cidade, o movimento conta com nomes de peso, como o ex-presidente da Câmara Municipal de Curitiba Jorge Bernardi, o ex-prefeito de Morretes Amilton de Paula, o ex-vice-prefeito de Siqueira Campos Osmar Galvão e o ex-vereador de Maringá Valter Viana, além do emblemático cacique Cretã, importante liderança indígena da região Sul do país.
“Um partido só cresce disputando eleições. Estamos fazendo o planejamento estratégico e vamos levar a Rede para todas as regiões do Paraná. Queremos lideranças comprometidas com a sustentabilidade ambiental, econômica e social”, destacou Rizzi, que também já presidiu o Tecpar e é doutor em economia.
Candidaturas em todos os níveis
A meta da Rede Sustentabilidade é audaciosa: lançar candidaturas ao Governo do Estado, ao Senado, à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa. Ainda segundo apuração da Tribuna da Cidade, a legenda já possui mais de 120 pré-candidatos mapeados, incluindo lideranças regionais, ativistas ambientais e representantes de movimentos populares.
Em Curitiba, o sociólogo e historiador Agemir de Carvalho Dias, porta-voz municipal da sigla e doutor pela UFPR, tem coordenado reuniões com foco na formação política nas periferias da capital.
“A presença de Salles da Fazendinha como primeiro suplente da Federação Psol/Rede em 2022 mostra que temos base. Desta vez, vamos chegar organizados e com estrutura para disputar de forma competitiva”, garantiu Agemir.
Nova fase: partido coletivo e descentralizado
Para o líder comunitário Airton Magalhães, que atua na região da CIC, a nova fase da Rede Sustentabilidade representa um rompimento com práticas de centralização partidária.
“Agora a Rede deixou de ser um partido comandado por duas ou três pessoas e passou a ser de todos. Trabalhei com vereadores e sei o que é partido que tem dono. Com essa mudança, temos voz e vez”, afirmou.
A fala foi endossada pelas lideranças comunitárias Fábio de Jesus e Fátima Ferreira, e pelo sindicalista Toninho da CIC, que já estão organizando diretórios locais com apoio do núcleo de base da Rede em Curitiba.
Desafios e projeções
De acordo com a análise política de Marcello Sampaio, colunista da Tribuna da Cidade, a movimentação da Rede Sustentabilidade sinaliza uma tentativa de se consolidar como alternativa de terceira via no Paraná — com discurso centrado em desenvolvimento sustentável e inclusão social, temas que ganham espaço no eleitorado jovem e urbano.
“Com a possível candidatura própria ao governo estadual e reforço nos diretórios regionais, a Rede pode conquistar protagonismo inédito no estado. Tudo dependerá da capacidade de unificar seus quadros e transformar capital político em votos”, concluiu Sampaio.