/ Jul 11, 2025

“Infância Violada: como a coragem de um vereador e a ação decisiva da Guarda Municipal desmantelaram um caso de maus-tratos em creche de Araucária”

Por Equipe de Jornalismo Investigativo | Supervisão Editorial e Conteúdo Complementar: Marcello Sampaio

Araucária, julho de 2025

Uma criança autista de apenas quatro anos foi resgatada de dentro de um banheiro, amarrada pelos punhos e cintura a uma cadeira, no interior do Centro de Educação Infantil Shanduca, no bairro Iguaçu, em Araucária (PR). A ocorrência, que chocou o município e repercutiu em todo o estado, só foi possível graças à pronta e corajosa ação do vereador Leandro da Academia, que recebeu uma denúncia anônima, foi pessoalmente até o local verificar os fatos e acionou as autoridades competentes.

A ocorrência foi registrada oficialmente às 15h40 pela Central da Guarda Municipal. A equipe coordenada por Maciel (GM 200), com apoio da GM e condução de Soares (GM 102), deslocou-se imediatamente à Rua Raimundo Suckow, 142, bairro Iguaçu, acompanhando o Conselho Tutelar, representado pelos conselheiros Vanderlei e Mônica. O apoio e o comando da operação foram da Guarda Municipal de Araucária, sob responsabilidade do inspetor Laurency Kendi Casagrande, com direção geral de Jaqueline Dias dos Santos, da Secretaria de Segurança Pública, liderada pelo secretário Laércio de Aguiar.

A CRIANÇA: AMARRADA, CONFINADA E ABANDONADA

Ao chegarem ao local, os conselheiros e a equipe da Guarda Municipal foram recebidos pela pedagoga responsável, Gabriela, que permitiu a entrada imediata. No interior do banheiro, a equipe encontrou a criança Valentim de Oliveira Ambrozio, de 4 anos, amarrada a uma cadeira, trancada sozinha, em uma situação de claro abuso e maus-tratos.

A mãe da criança, Mirian de Oliveira Ambrozio, compareceu ao local e manifestou desejo de representação criminal. Os conselheiros registraram a cena em vídeo, confirmando a gravidade da situação. A autora do ato foi identificada como a assistente de sala Sara Maria Erdman Correia, de 18 anos, residente no bairro Costeira. Ela não resistiu à abordagem e foi conduzida à delegacia pelos guardas Trakzinsk e Kikot para adoção das medidas cabíveis pela polícia judiciária.

ATO HEROICO DE UM PARLAMENTAR

O papel do vereador Leandro da Academia foi fundamental para que o caso fosse descoberto e interrompido em tempo hábil. Ele não apenas recebeu a denúncia como foi pessoalmente até o local e acionou o Conselho Tutelar e a Guarda Municipal, demonstrando responsabilidade social, coragem e profundo compromisso com a proteção da infância.

“Foi a ação de um vereador com coragem cívica que salvou uma criança da tortura. Ele não ignorou, não hesitou. Essa atitude é a essência do serviço público”, afirmou emocionada a moradora e comerciante Lívia Maciel.

FISCALIZAÇÃO OMISSA: O SILÊNCIO DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL

Em meio à comoção, surgem questionamentos sobre a atuação da Secretaria Municipal de Educação, chefiada pela vice-prefeita Tatiana Assuiti. Segundo relatos de outros pais e funcionários, a escola já apresentava indícios de má conduta pedagógica. Ainda assim, obteve alvará e permaneceu em funcionamento sem inspeções frequentes.

“É inadmissível que uma escola funcione sem supervisão e com práticas abusivas sendo mascaradas como disciplina”, denunciou o pai de outra criança matriculada.

DESDOBRAMENTOS IMEDIATOS

A ocorrência foi classificada como crime de maus-tratos, e a Delegacia de Araucária abriu inquérito para apurar responsabilidades administrativas e criminais. A diretora da unidade, Danieli Alexandra Zimermann Padilha, está sendo investigada por omissão e possíveis encobrimentos anteriores. Já foi protocolado pedido para suspensão definitiva do funcionamento da escola junto ao Conselho Municipal de Educação.

UM ATO QUE SALVOU VIDAS

Comerciantes e moradores organizam uma manifestação espontânea em apoio ao vereador e aos guardas envolvidos. nas redes sociais com os dizeres “Leandro salvou nossas crianças” e “Parabéns, Guarda Municipal!” demonstram o apoio da sociedade civil.

“A gente vê tanto político se escondendo atrás de mesa. O Leandro foi lá, entrou, chamou quem precisava e agiu. Isso é parlamentar de verdade”, declarou o comerciante Carlos P. Souza.

PRÓXIMOS PASSOS

O caso desencadeou uma série de ações:

  • O Ministério Público vai investigar se houve negligência da Secretaria de Educação;
  • A Câmara estuda propor a obrigatoriedade de câmeras de segurança em todas as instituições de ensino infantil;
  • Conselheiros e entidades da infância pedem revisão nos critérios de concessão de alvarás;
  • A vice-prefeita será convocada para prestar esclarecimentos sobre a ausência de fiscalização.

A reportagem do Tribuna da Cidade continuará acompanhando de perto os desdobramentos deste caso que evidenciou o que muitos já desconfiavam: sem fiscalização rigorosa, a infância continua vulnerável até mesmo em espaços que deveriam protegê-la.

Matéria exclusiva do Tribuna da Cidade | Supervisão editorial de Marcello Sampaio

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