JOÃO BETTEGA NA MIRA: MBL PEDE CASSAÇÃO E ESCÂNDALO SACODE A CÂMARA DE CURITIBA

Coluna Política em Pauta – Por Marcello Sampaio

População se divide; acusações de traição, vídeos ridículos, ex-assessores revoltados, ameaças e troca de farpas agitam os bastidores da política curitibana.

Curitiba está em polvorosa. O Movimento Brasil Livre (MBL) protagonizou mais um capítulo explosivo ao anunciar, neste sábado (10), que vai pedir formalmente a cassação do vereador João Bettega (União Brasil), eleito com expressivos 12.346 votos em 2024. O parlamentar, que já havia sido expulso do movimento sob fortes acusações de traição e omissão, agora enfrenta uma batalha que pode pôr fim ao seu mandato na Câmara Municipal.

O estopim da crise teria sido a exoneração em massa de todos os seus assessores parlamentares, em protesto contra o que chamaram de “desvio de conduta política e falta de transparência”. O MBL, em nota pública, foi direto ao ponto: “João Bettega nos traiu, não trabalha e só grava vídeos idiotas”.

Entre as acusações mais graves, o movimento denuncia que Bettega teria acobertado a nomeação de José Luiz Velloso como presidente do Instituto Municipal de Turismo, mesmo sabendo que o servidor havia sido condenado por improbidade administrativa. Velloso foi exonerado somente após a denúncia vir a público, em decisão do prefeito Eduardo Pimentel (PSD).

Bettega responde: “Tenho consciência tranquila”

Em entrevista coletiva concedida neste domingo (11), João Bettega rebateu todas as acusações, afirmando que o MBL age por “ódio político” e que rompeu com o grupo por “divergências ideológicas profundas”.

“Sempre defendi a união da direita, enquanto o MBL prefere o conflito e a lacração. Fui ameaçado por um ex-assessor, me disseram que se eu saísse do grupo, coisas ruins aconteceriam comigo. A verdade é que nunca me venderam como sou. Eu sou independente”, disparou o vereador.

Segundo Bettega, as denúncias sobre o servidor condenado estavam sendo apuradas por ele mesmo:

“O cara foi condenado? É vagabundo. Mas eu já estava atrás disso, com requerimento protocolado pedindo informações à prefeitura. Eu não passo pano pra ninguém”, afirmou.

Sobre as críticas em relação à sua atuação e aos vídeos que posta nas redes sociais, o parlamentar foi direto:

“Gravo vídeos fora do expediente. Estão reclamando de mim, mas a equipe que me abandonou também não era nada produtiva.”

População se divide: apoio nas ruas e repúdio nas redes

A turbulência política chegou às ruas de Curitiba. A Coluna Política em Pauta colheu depoimentos da população sobre o caso:

Marina Lopes, comerciante do bairro Boa Vista: “Eu votei no Bettega e me arrependo. Só aparece no Instagram, não resolve nada na comunidade. Isso de cobrir ficha suja é o fim da picada.”

Rogério Martins, autônomo do Capão Raso: “Estão perseguindo o cara porque ele não se curvou ao sistema. O MBL virou uma seita. Bettega tem coragem, é dos poucos que ainda enfrenta o sistema corrupto.”

Luciana Neves, estudante da UFPR: “Ele representa a ala do espetáculo. Política não é palco pra TikTok. Espero que a cassação vá adiante.”

Carlos Henrique, aposentado do Santa Cândida: “Eu gosto dele. Sempre foi transparente e fala o que pensa. Esses ataques são puro jogo político.”

MBL prepara ofensiva com documentos e pressão

O MBL informou que estará na Câmara Municipal de Curitiba nesta segunda-feira (13) para formalizar o pedido de cassação com base em documentos que, segundo o grupo, comprovam a omissão dolosa de Bettega no caso Velloso.

Fontes ouvidas pela coluna indicam que outros parlamentares da base do prefeito estariam desconfortáveis com o envolvimento de Bettega na polêmica, o que pode significar isolamento político e fragilidade diante da pressão por cassação.

Clima de guerra

Com ataques que vão de “vagabundo” a “burro” e trocas públicas de acusações, o racha entre Bettega e o MBL deixa claro o grau de desintegração da direita curitibana, que já vinha se fragmentando desde o fim da eleição municipal.

A Câmara agora se vê diante de um dilema: proteger o mandato de um vereador eleito por ampla votação ou ceder à pressão popular e institucional para puni-lo por suposta omissão grave?

A novela política de Curitiba promete novos episódios. E esta coluna seguirá de olho em cada movimento.

Marcello Sampaio
Diretor da Redação
Coluna Política em Pauta – Jornal e Portal Tribuna da Cidade

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