Rompimento entre Cristina Graeml e assessor Eduardo Pedrozo expõe vaidades e desorganização no Podemos

Coluna Política em Pauta | Tribuna da Cidade
Por Marcello Sampaio

O rompimento entre a ex-candidata à Prefeitura de Curitiba, Cristina Graeml (Podemos), e seu ex-assessor Eduardo Pedrozo, já considerado certo nos bastidores, confirma o que muitos no meio político e jornalístico vinham apontando: o projeto eleitoral da jornalista, que agora mira uma vaga no Senado Federal, carece de estrutura e estratégia de diálogo com a sociedade – e principalmente com a imprensa.

Responsável por blindar Graeml durante a campanha de 2024, Pedrozo atuou como uma barreira entre a então candidata e os veículos de comunicação, gerando desconforto inclusive com jornalistas que historicamente mantêm boa relação com nomes do campo conservador. Fontes ouvidas pela Tribuna da Cidade apontam que a atuação do assessor foi determinante para que a imagem da jornalista se cristalizasse como a de uma figura intransigente, radical e avessa ao debate.

“Foi um erro estratégico que cobrou seu preço nas urnas. Cristina Graeml poderia ter dialogado com segmentos mais amplos, mas optou por uma bolha controlada, onde Eduardo Pedrozo ditava o tom e limitava o acesso à candidata”, analisa o jornalista Marcello Sampaio.

Vaidade em alta, votos em baixa

No núcleo que acompanhou a campanha municipal do ano passado, o consenso é que Pedrozo cultivava um protagonismo exagerado, se vendo como o principal arquiteto do desempenho da candidata nas urnas — que, embora expressivo para uma estreante, ficou longe de ameaçar a hegemonia local. Essa postura, segundo aliados, foi um dos principais fatores para o desgaste interno que culminou na saída.

Mesmo com a ruptura, Eduardo Pedrozo agora articula sua própria candidatura a deputado estadual em 2026, numa tentativa de capitalizar a visibilidade obtida no ciclo anterior. Para observadores mais atentos, trata-se de mais um caso de “assessor que acreditou ser candidato”, fenômeno comum nos bastidores da política paranaense, mas raramente bem-sucedido nas urnas.

“Pedrozo pode até buscar uma cadeira na Alep, mas carrega o peso de uma gestão marcada por isolamento, vaidade e ruídos. E os eleitores, cada vez mais críticos, não esquecem esse tipo de postura”, avalia Sampaio.

Cristina tenta reconstruir pontes

Do outro lado, Cristina Graeml tenta reconstruir sua imagem pública e política, aproximando-se novamente dos veículos de comunicação e moderando o discurso. Segundo fontes ligadas ao Podemos, a jornalista compreendeu o desgaste causado por sua estratégia de afastamento da imprensa e busca se reposicionar como uma figura conservadora com abertura ao diálogo – algo essencial em uma disputa para o Senado, onde o eleitorado exige preparo, equilíbrio e capacidade de articulação.

Internamente, a saída de Pedrozo é vista como um alívio por parte do grupo que tenta profissionalizar a futura campanha da ex-candidata, agora focada em ampliar alianças dentro da direita paranaense, com a benção de figuras como o senador Sergio Moro, ainda influente dentro da sigla.

 A coluna “Política em Pauta”, de Marcello Sampaio, acompanha os bastidores das pré-candidaturas e articulações para as eleições de 2026 no Paraná, com cobertura exclusiva no Jornal Tribuna da Cidade.

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