Cristina Graeml: Da Esquerda Jornalística à Direita Política – Uma Trajetória em Transformação

Cristina Graeml, jornalista com vasta experiência na imprensa paranaense, é hoje uma das figuras mais observadas do cenário político do estado. Com uma carreira consolidada na comunicação, a ex-apresentadora e colunista busca agora uma vaga no Senado Federal pelo Podemos.

O que chama atenção, além de sua movimentação política, é o debate sobre sua imagem pública: para muitos, Cristina ainda carrega traços de uma militante progressista, mesmo sendo hoje filiada a um partido de centro-direita. Uma publicação feita pelo deputado estadual Denian Couto, presidente do Podemos em Curitiba, convidando para uma entrevista da jornalista no Jornal da Mercosul, reacendeu a discussão. O visual da pré-candidata foi comentado por parecer mais alinhado a ativistas da esquerda do que à nova roupagem conservadora que vem apresentando.

A presidente do Podemos Mulher do Paraná chegou a emitir uma nota de repúdio à insinuação de que o estilo visual da jornalista teria “traços de militante de esquerda”, reiterando que o partido defende a liberdade de expressão e a pluralidade de perfis dentro da legenda.

Histórico de Cristina Graeml

Cristina iniciou sua carreira na televisão nos anos 1990, atuando por mais de uma década na RPC (afiliada da Globo no Paraná), apresentando programas como o Revista RPC. Durante esse período, tinha uma abordagem mais técnica e moderada, o que, segundo analistas, lhe permitiu transitar por pautas sociais amplas, incluindo educação, cultura, meio ambiente e direitos humanos — temáticas geralmente associadas à esquerda.

De 2018 a 2024, foi colunista da Gazeta do Povo, onde passou a ter maior destaque no campo opinativo, com um discurso mais incisivo sobre os rumos políticos do país. A guinada à direita se consolidou nesse período, embora muitos de seus posicionamentos anteriores ainda sejam lembrados por críticos e apoiadores.

Em 2024, Cristina disputou a Prefeitura de Curitiba pelo PMB (Partido da Mulher Brasileira), chegando ao segundo turno. Apesar da derrota, obteve votação expressiva e se consolidou como um nome forte para eleições futuras. Após conflitos internos durante o segundo turno, pediu desfiliação do PMB em dezembro do mesmo ano.

Já em fevereiro de 2025, oficializou sua filiação ao Podemos, anunciando pré-candidatura ao Senado Federal em 2026.

Linha do Tempo – Cristina Graeml

  • Anos 1990: Início da carreira na comunicação.

  • 2003 a 2016: Apresentadora e repórter da RPC (Rede Globo Paraná).

  • 2018 a 2024: Colunista política na Gazeta do Povo.

  • 2024: Candidata à prefeitura de Curitiba pelo PMB; alcança o segundo turno.

  • Dezembro de 2024: Sai do PMB por divergências internas.

  • Fevereiro de 2025: Filiação ao Podemos e anúncio da pré-candidatura ao Senado.

Cristina agora percorre o estado com agendas públicas, visitando lideranças locais, e tem apostado no corpo a corpo com o eleitorado. Fontes do partido confirmam que ela pretende reforçar sua imagem como defensora da liberdade econômica, da segurança e da família.

Disputa Aumenta: Outras Pré-Candidaturas ao Senado

A corrida por uma das duas vagas ao Senado Federal pelo Paraná está acirrada. Além de Cristina Graeml (Podemos), figuram como pré-candidatos nomes como: Professor Wilson Picler, Orlando Pessuti, Márcio Nunes, Darci Piana, Norberto Ortigara, Pedro Lupion, Dani Biondo, Flavio Arns, Zeca Dirceu, Enio Verri, Desiree Salgado, Luciano Keluc e Joni Correa.

Entre os novos nomes também está Marcello Sampaio, jornalista e articulador político, que se apresenta como uma alternativa independente, com foco em ética pública, transparência e reforma institucional. Filiado ao PMB, ele pretende levar sua experiência em comunicação para o Congresso Nacional com uma bandeira de combate à corrupção e renovação política.

Conclusão

A trajetória de Cristina Graeml é marcada por uma transição de visões e papéis: de jornalista a candidata, de analista a protagonista. Embora hoje esteja posicionada à direita do espectro político, seu histórico com pautas sociais e educacionais a coloca como uma figura híbrida — algo que pode atrair eleitores de diferentes matizes ideológicos ou gerar dúvidas sobre sua verdadeira identidade política.

Direto da redação por Edilson Santos

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