Araucária – O Diário Oficial do Município publicou recentemente o decreto de nomeação de três novos secretários municipais, mas o que deveria ser um reforço para a administração acabou virando motivo de desconfiança, insatisfação popular e acusações de aparelhamento político. A criação das novas secretarias, especialmente as de caráter extraordinário, levantou questionamentos sobre a real necessidade desses cargos em um momento em que a população cobra ações efetivas e resultados práticos.
Cabide de empregos ou gestão eficiente?
As nomeações envolveram três pastas recém-criadas na última reestruturação administrativa da Prefeitura. Ganharam titulares as secretarias:
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Secretaria Municipal Extraordinária de Assuntos Legislativos (SMEAL) – sob comando de Luís Vicente Osório, o Ike;
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Secretaria Municipal Extraordinária de Políticas Públicas – agora liderada por Clodoaldo Sizenando;
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Secretaria Municipal de Expansão Econômica e Sustentabilidade – atribuída ao engenheiro Edilson Bueno do Nascimento.
Embora o currículo técnico de Edilson Bueno traga alguma esperança na área econômica, o tom geral entre os moradores é de frustração. As secretarias “extraordinárias” são vistas por muitos como pouco transparentes em relação às suas funções reais e sem resultados concretos até o momento.
População questiona prioridades da gestão Gustavo
O prefeito Gustavo, que iniciou o mandato com discursos de austeridade, enxugamento da máquina pública e foco em resultados, agora é acusado de ter caído nas mesmas práticas políticas tradicionais que sempre criticou. A criação de novos cargos de alto escalão, com salários robustos e sem clareza quanto à entrega de políticas públicas efetivas, gerou indignação nas ruas.
Veja alguns depoimentos colhidos pela reportagem:
“A cidade tá cheia de problema: saúde precária, escolas abandonadas, e o prefeito gastando dinheiro criando cargo com nome pomposo só pra agradar aliado político.”
– Marcos Silva, 42 anos, motorista de aplicativo.
“Sinceramente, ninguém sabe pra que serve uma ‘Secretaria de Assuntos Legislativos’. Isso ajuda a gente em quê? É só mais um cabide pra colocar amigo.”
– Dona Teresa Maia, 67 anos, aposentada.
“Esse pessoal acha que a gente é bobo. Enquanto eles criam secretarias extraordinárias, a população sofre com ônibus lotado e fila pra atendimento médico.”
– Camila Rocha, 29 anos, auxiliar de serviços gerais.
Falta de preparo e de prioridades claras
Analistas políticos locais também vêm demonstrando preocupação com os rumos da gestão. A percepção é de que a Prefeitura carece de planejamento estratégico real e vem atuando mais para atender interesses políticos do que resolver os problemas da cidade.
“Quando uma prefeitura precisa criar tantas estruturas extraordinárias, isso demonstra falta de preparo, desorganização e ausência de foco. Governar exige priorizar o que é essencial, e não inchar a máquina pública.”
– Trecho da análise de um cientista político da região que preferiu não se identificar.
A pergunta que não cala: para quem governam?
A criação de secretarias extraordinárias levanta um debate fundamental: essas estruturas foram criadas para servir ao povo ou para acomodar aliados? Enquanto a Prefeitura não apresentar resultados visíveis, concretos e mensuráveis vindos dessas novas pastas, a resposta que ressoa nas ruas é clara: o povo não vê benefício algum.
Conclusão:
Enquanto a população sente no dia a dia os efeitos da falta de políticas públicas eficientes, o prefeito Gustavo e sua equipe parecem mais preocupados em desenhar organogramas do que em entregar soluções. Em tempos em que se fala tanto sobre transparência, ética e gestão responsável, Araucária espera mais que discursos e decretos – espera ação de verdade.