Por Marcello Sampaio – Coluna Política em Pauta | Jornal e Portal Tribuna da Cidade
O cenário político de Araucária pode virar de cabeça para baixo com a possível volta de Ben Hur Custódio de Oliveira (UNIÃO) à Câmara de Vereadores. Réu em processos e alvo de críticas ferozes da população, o ex-vereador aguarda sentença da Justiça Eleitoral num processo que acusa o partido Solidariedade de fraude à cota de gênero no pleito de 2024. Mas a história é muito mais complexa — e carregada de escândalos.
Linha do Tempo de Ben Hur Custódio
-
2016 – Eleito vereador com uma campanha marcada por discursos populares e promessas de renovação.
-
2020 – Reeleito com base em forte apelo comunitário, apesar de já haver suspeitas sobre seu envolvimento em esquemas internos da Câmara.
-
2022 – Passa a ser investigado por suposto envolvimento em fraudes de contratos e indicações políticas suspeitas.
-
Junho de 2023 – É preso pelo GAECO junto com outros vereadores e assessores, acusado de corrupção, rachadinhas e tráfico de influência. Sua prisão causa comoção e revolta na cidade.
-
Início de 2024 – Articula sua candidatura como vice-prefeito na chapa do Dr. Cláudio. Ao ser barrado judicialmente, lança sua esposa como vice e tenta manter influência.
-
Julho de 2024 – Desiste da articulação majoritária e decide tentar a reeleição como vereador.
-
Outubro de 2024 – Fica de fora da nova composição da Câmara após recontagem de votos.
-
Abril de 2025 – Processo de cassação da chapa do Solidariedade avança na Justiça Eleitoral e pode devolver seu mandato.
A Fraude Eleitoral do Pleito de 2024
O processo que pode recolocar Ben Hur na Câmara trata da inscrição de Anderson Dutra como candidata do sexo feminino na chapa do Solidariedade. Segundo denúncia de Ben Hur, Dutra nunca se apresentou como mulher trans, mas sim como homem gay — o que, se confirmado, configuraria fraude à cota de gênero exigida pela legislação.
O juiz eleitoral Carlos Alberto Costa Ritzmann já encerrou a fase de instrução, ouviu testemunhas e está com os autos para proferir sentença. Caso julgue a ação procedente, os votos do Solidariedade seriam anulados, Leandro da Academia e Valter Fernandes perderiam seus mandatos e haveria nova recontagem dos votos válidos.
Com isso, Ben Hur (UNIÃO) e Ricardo Teixeira (PSD) assumiriam as cadeiras vagas. Contudo, se Ben Hur for considerado inapto, quem entra é Juninho Padilha (PSD), e o jogo político muda mais uma vez.
O Que Está em Jogo?
A volta de Ben Hur à Câmara traz perguntas inevitáveis: será que ele volta disposto a enfrentar o prefeito Gustavo Botogoski ou mais uma vez negociará nos bastidores? E Ricardo Teixeira, que durante a campanha se vendeu como o “fiscal do povo”, jogará com quem?
Há quem veja em Ben Hur uma ameaça à estabilidade política do governo Botogoski. Outros temem que ele volte para “se ajeitar” mais uma vez.
Depoimentos a Favor de Ben Hur:
-
“Ele sempre ajudou nossa comunidade. Nunca negou um pedido.” – Dona Marli, líder comunitária da Vila Angélica.
-
“Ben Hur caiu porque incomodava. Ele era um dos poucos que fiscalizavam de verdade.” – João Ferreira, servidor aposentado.
-
“A prisão dele foi política. Ele vai provar inocência.” – Rogério Mendes, advogado e apoiador.
-
“Se ele voltar, vai botar ordem na casa. A Câmara precisa de alguém com coragem.” – Robson Lima, comerciante do Costeira.
-
“Foi o único vereador que olhou por nós da área rural.” – José Luiz, morador do Capela Velha.
Depoimentos Contra Ben Hur:
-
“Foi preso porque roubou! Tem que continuar fora da política.” – Luciane Paes, auxiliar de enfermagem.
-
“A cidade está cansada de corrupto. Ele é o retrato do que Araucária não precisa.” – Carlos Henrique, universitário.
-
“Querem devolver a Câmara a quem foi preso? É piada!” – Sandra Lopes, comerciante.
-
“Ele não luta pelo povo, luta por cargos e esquema.” – Thiago R., servidor público.
-
“Já mostrou quem é. Não merece outra chance.” – Patrícia Duarte, líder estudantil.
-
“Deveria estar inelegível. Isso é zombar da justiça.” – Anônimo, ex-assessor da Câmara.
E Agora, Araucária?
A decisão da Justiça Eleitoral está por vir e poderá mudar novamente o cenário na Câmara. Com Ben Hur, Ricardo Teixeira ou Juninho Padilha entrando, a balança política pode pender para qualquer lado.
O prefeito Gustavo Botogoski assiste de camarote — ou em alerta máximo. Uma coisa é certa: o retorno de Ben Hur, com histórico de escândalos e prisão, promete ser um divisor de águas. Pedra no caminho ou parte do calçamento?
A política araucariense vive dias de tensão.
Marcello Sampaio
Coluna Política em Pauta
Jornal e Portal Tribuna da Cidade