Moro acusa governo Lula de omissão em fraudes bilionárias no INSS

Por Marcello Sampaio – Editorial Política em Pauta | Tribuna da Cidade

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) criticou duramente o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, durante audiência na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado, realizada nesta quinta-feira (15). Para o parlamentar paranaense, o governo federal foi omisso diante do esquema de fraudes e descontos indevidos nas aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que se agravou nos últimos anos.

O ministro deixou de explicar muita coisa. A principal é a omissão do governo Lula em relação a esse roubo dos aposentados e pensionistas”, afirmou Moro, durante sua intervenção. Segundo ele, os descontos indevidos aumentaram consideravelmente em 2023, chegando a R$ 1,3 bilhão, e bateram recorde em 2024, atingindo R$ 2,8 bilhões.

O senador destacou que o alerta sobre o esquema foi feito ainda em junho de 2023, em reunião do Conselho Nacional do INSS, quando Wolney Queiroz era secretário-executivo da pasta. Na ocasião, a conselheira Tonia Galleti denunciou os descontos irregulares, mas, de acordo com Moro, nenhuma providência efetiva foi tomada.

Somente agora, com a deflagração da operação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU), que os descontos foram suspensos — quase dois anos depois. Não existia ministro da Previdência? Não existia secretário-executivo? Esse esquema criminoso ocorreu praticamente sem obstáculos”, acusou o senador. “Aliás, é durante esse governo que indícios de pagamentos a altos funcionários do INSS”, completou.

Outro ponto criticado por Moro foi a ausência de medidas claras para o ressarcimento dos beneficiários. “No momento, o governo está transferindo o ônus de fazer o pedido de ressarcimento para os aposentados, quando deveria fazer isso diretamente com as associações envolvidas”, disse.

O embate também ganhou contornos pessoais quando o ministro Queiroz insinuou que Moro, enquanto ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro, teria se omitido diante das irregularidades no INSS. O senador reagiu prontamente:

Eu não estava mais no governo em setembro de 2020, portanto não posso aceitar a insinuação de omissão. Se eu tivesse recebido essa denúncia, como Vossa Excelência recebeu em 2023, eu teria tomado providências imediatas”, declarou Moro, visivelmente contrariado.

A audiência, que pretendia esclarecer as ações do Ministério da Previdência diante da escalada das fraudes, terminou sem respostas objetivas sobre como o governo pretende restituir os valores indevidamente descontados e quais medidas serão adotadas para responsabilizar os envolvidos.

A expectativa agora é que o tema volte à pauta nas próximas sessões da comissão, com possíveis desdobramentos no âmbito do Senado e do Tribunal de Contas da União.

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