Por Marcello Sampaio – Direto da Redação | Polícia em Ação | Tribuna da Cidade
Uma fofoca de rua, aparentemente sem importância, terminou em tragédia anunciada no coração de Curitiba. A jovem Natacha Assunção, de apenas 27 anos, conhecida entre os ambulantes da região central, foi brutalmente assassinada a facadas na frente de um hotel na Rua Pedro Ivo, após uma discussão com um homem de 30 anos. A motivação? Segundo o próprio assassino, um “desentendimento bobo” agravado pelo uso de álcool e drogas.
A crueldade do crime chocou até os investigadores: Natacha foi golpeada diversas vezes no pescoço e morreu sentada na calçada, onde costumava trabalhar vendendo pipoca para sobreviver e sustentar seus dois filhos pequenos.
Linha do Tempo do Crime
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19 de fevereiro de 2025, fim da tarde – Natacha e o suspeito se envolvem em uma discussão acalorada na Rua Pedro Ivo, no Centro de Curitiba. Testemunhas relataram gritos, xingamentos e até uma tentativa de separar a briga.
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Minutos depois – O homem sai do local, mas retorna armado com uma faca e parte para cima da jovem. Os golpes são desferidos diretamente no pescoço.
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Câmeras de segurança registram toda a cena, mostrando Natacha sendo agredida e tombando no chão. O suspeito foge a pé.
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Instantes após o ataque – Populares acionam o socorro, e Natacha é levada ao Hospital Evangélico Mackenzie. Apesar dos esforços médicos, ela morre pouco depois de dar entrada.
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Nos dias seguintes – A Polícia Civil, por meio da Divisão de Homicídios, inicia as investigações. A brutalidade do crime e a repercussão social aceleram o trabalho dos investigadores.
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Abril de 2025 – A polícia recebe informações sobre o paradeiro do suspeito e intensifica as buscas.
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8 de maio de 2025 – Após quase três meses foragido, o suspeito é finalmente preso no bairro Sítio Cercado. Em depoimento, confessa o crime e diz que não tinha a intenção de matar, mas perdeu o controle após o uso de álcool e drogas. Disse ainda que a briga começou por causa de uma fofoca “sem fundamento”.
Depoimentos
Família da vítima
“Ela era uma mãe dedicada, vendia pipoca pra sustentar os filhos. Tiraram ela de nós por nada… por uma fofoca de rua!”, desabafou a mãe de Natacha, muito emocionada, à reportagem da Tribuna da Cidade.
“Meus netos perguntam todo dia da mãe. Como explicar que ela morreu assim?”, completou a avó materna.
Populares e colegas de rua
“Natacha era conhecida de todo mundo aqui. Trabalhadora, batalhadora. O que fizeram com ela foi monstruoso”, disse um vendedor ambulante da Praça Rui Barbosa.
“A gente vive com medo. Todo dia alguém briga por besteira. Hoje foi a Natacha, amanhã pode ser qualquer um de nós”, afirmou uma vendedora de balas.
Investigação e Prisão
A delegada responsável, Magda Hofstaetter, declarou que o acusado confessou o crime com frieza, mas disse que não “pretendia matar”. A polícia apurou que o homem já tinha passagens por agressão e uso de entorpecentes. Segundo testemunhas, ele circulava frequentemente pela região do Terminal Guadalupe.
A investigação segue para identificar se houve premeditação e se o suspeito tem envolvimento com outros crimes na área central da capital.
Reflexão
O assassinato de Natacha escancara a violência crescente nas ruas de Curitiba, especialmente contra mulheres em situação de vulnerabilidade. A cidade amanheceu de luto e em alerta.
Enquanto o suspeito agora está atrás das grades, a família da vítima segue condenada à dor e à saudade eterna.