Por Marcello Sampaio – Coluna Política em Pauta
O deputado estadual Renato Freitas (PT) está no centro de uma nova controvérsia, após denúncia envolvendo a exoneração de uma assessora grávida em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). A acusação partiu de Ricardo Oliveira, marido da ex-funcionária Thamyres, que publicou um vídeo nas redes sociais alegando que sua companheira foi demitida no sétimo mês de gestação e teve seu salário reduzido gradativamente antes da exoneração.
“Com sete meses de gravidez, a minha companheira Thamyres foi demitida pelo deputado Renato Freitas, contra todo o direito, contra toda a justiça e contra toda a moral”, disse Ricardo. Ele também acusou o parlamentar de incoerência, chamando-o de “hipócrita” por defender causas sociais em discursos públicos enquanto, segundo ele, cometia injustiças em seu próprio gabinete.
Linha do tempo do caso
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Janeiro de 2024 – Thamyres inicia o ano recebendo salário bruto de R$ 5.626,14, conforme dados do Portal da Transparência da Alep.
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Setembro de 2024 – O salário da funcionária é reduzido para R$ 4.805,84.
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Outubro de 2024 – Nova redução: o salário bruto chega a R$ 3.013,14, com líquido de R$ 1.947,55.
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Novembro de 2024 – Thamyres é exonerada, recebendo apenas R$ 703,08, valor proporcional aos dias trabalhados no mês.
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Abril de 2025 – A denúncia é tornada pública nas redes sociais por Ricardo Oliveira, que cobra explicações do parlamentar e critica o silêncio do partido.
Resposta do deputado
Em nota oficial, Renato Freitas confirmou a exoneração da assessora em novembro de 2024 e alegou que solicitou à Alep o pagamento dos direitos trabalhistas de Thamyres, incluindo salário até cinco meses após o parto, conforme previsto por lei. O deputado afirmou ainda que os trâmites estão sob responsabilidade da Diretoria de Pessoal e da Procuradoria Jurídica da Casa. (*só que cargos comissionados não tem direitos trabalhistas) será que o deputado e advogado não sabe disso?
A situação levanta debates sobre a responsabilidade dos mandatos parlamentares em assegurar os direitos das mulheres gestantes no serviço público, especialmente diante da defesa de pautas sociais por parte de seus representantes.
A Assembleia Legislativa ainda não se pronunciou oficialmente sobre a conclusão do caso. O episódio repercute fortemente nos bastidores da política paranaense e pode ganhar novos desdobramentos nos próximos dias.