Por Marcello Sampaio – Coluna Agronegócio | Tribuna da Cidade
O deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), analisou os impactos da guerra comercial entre China e Estados Unidos para o agronegócio brasileiro, durante entrevista ao canal CNBC Brasil. Segundo Lupion, o Brasil, ao menos neste primeiro momento, está colhendo frutos positivos da disputa comercial, especialmente no setor da soja. Contudo, ele também fez um alerta importante: a volatilidade internacional pode virar o jogo a qualquer momento, prejudicando o produtor nacional.
Linha do Tempo: Efeitos da guerra comercial no agro brasileiro
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Início de abril de 2024 – Tensões entre Estados Unidos e China se intensificam com a imposição de novas tarifas sobre produtos agrícolas.
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Meados de abril de 2024 – A China suspende compras de duas grandes multinacionais americanas do setor agrícola, voltando-se ao mercado brasileiro.
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Semana passada (abril de 2025) – Segundo Lupion, foram realizadas duas grandes compras de soja brasileira pela China, representando cerca de 20% do volume total importado pelos chineses no período.
Oportunidade: Brasil na dianteira das exportações
Com a imposição de tarifas aos produtos dos EUA, a soja brasileira ganhou espaço no mercado chinês. A mudança gerou aumento imediato no volume de exportações, fortalecendo ainda mais a relação entre Brasil e China, já consolidada como a principal parceria comercial do agro nacional.
“Tendo uma tarifa maior para os nossos concorrentes, a gente consegue abrir novos mercados. E a China compra mais da gente”, destacou Lupion.
Com mais da metade das exportações do agro brasileiro destinadas à China, o setor vê um crescimento nas margens de lucro e ganho de competitividade a curto prazo.
O alerta: dependência excessiva e riscos de desvalorização
Apesar do otimismo, o deputado fez um alerta sobre os riscos de excesso de dependência do mercado chinês. Para Lupion, o Brasil precisa diversificar seus compradores e não centralizar tanto nas vendas ao gigante asiático.
“A gente precisa tomar cuidado para não botar todos os ovos na mesma cesta”, alertou.
Outro ponto de preocupação levantado foi o acúmulo de estoques nos Estados Unidos, que, mesmo excluídos momentaneamente das compras chinesas, podem gerar excedente e derrubar os preços globais das commodities nas bolsas internacionais – especialmente na Bolsa de Chicago, que regula os preços de produtos como soja e milho.
“Se tiver um excesso de oferta nos Estados Unidos, esse preço vai cair. O bushel vai despencar. E isso pode impactar diretamente os produtores brasileiros”, explicou.
Análise: prós e contras da guerra comercial para o Brasil
Prós | Contras |
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Aumento imediato nas exportações para a China | Risco de queda no preço internacional das commodities |
Ganho de competitividade frente aos EUA | Excesso de dependência do mercado chinês |
Maior margem para produtores brasileiros no curto prazo | Vulnerabilidade a mudanças geopolíticas e econômicas externas |
Entrada de capital estrangeiro no setor agro | Necessidade urgente de diversificação de parceiros comerciais |
Conclusão: vigilância e estratégia no radar do agro
A fala de Pedro Lupion sintetiza bem o atual momento do agronegócio brasileiro. Se por um lado o país se beneficia do vácuo deixado pelos EUA no mercado chinês, por outro, precisa agir com cautela e planejamento para evitar os impactos negativos de uma dependência excessiva ou de uma futura queda no valor das commodities.
“Seguimos firmes na defesa do agro!”, finalizou o deputado Pedro Lupion em publicação nas redes sociais, onde compartilhou trechos da entrevista.
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