Por Marcello Sampaio – Coluna A Fé em Primeiro Lugar
A Páscoa é tradicionalmente marcada por símbolos de fé, renovação e partilha — e, no comércio, também por oportunidades de impulsionar as vendas, especialmente no setor de pescados. Em Curitiba, peixarias intensificam suas operações para atender à alta demanda durante a Semana Santa, enquanto em Araucária, na Região Metropolitana, a Feira do Peixe Vivo movimenta o setor com foco na produção local e no consumo consciente.
Curitiba: movimento intenso e tradição familiar
Segundo pesquisa da Associação Comercial do Paraná (ACP), realizada entre os dias 25 e 28 de março, 32,74% dos consumidores pretendem gastar entre R$ 50 e R$ 100 com as compras de Páscoa. E além dos tradicionais ovos de chocolate, a data também impulsiona a venda de peixes, especialmente na Sexta-feira Santa, quando há o costume religioso de abstenção de carnes vermelhas.
Na capital paranaense, peixarias como a Caravelas, no bairro Vista Alegre, se preparam intensamente para este período. Administrada por Adriana Santana e seu marido Waldiclei, a loja familiar atua há quatro anos e vê nesta semana o auge do movimento.
“Reforçamos nosso estoque, ampliamos os turnos e nos organizamos com muita antecedência. O movimento começa a crescer na quarta, explode na quinta e é intenso até o sábado. A Sexta-feira Santa ainda é muito respeitada, e isso se reflete diretamente nas vendas”, afirma Adriana.
Os campeões de venda são o bacalhau, salmão, tilápia, merluza, camarões e cação, com opções fracionadas e embaladas a vácuo, além de dicas de preparo. “Nosso público quer praticidade, qualidade e confiança. E a fé está por trás de tudo isso”, completa a comerciante.
Araucária: a força da produção local com a Feira do Peixe Vivo
Na cidade vizinha de Araucária, a Feira do Peixe Vivo é um evento aguardado com grande expectativa. Realizada todos os anos na semana da Páscoa, a feira reúne produtores locais que comercializam peixes frescos, vivos e criados em tanques escavados, respeitando as normas ambientais e de sanidade.
Organizada pela Prefeitura Municipal por meio da Secretaria de Agricultura e com apoio da Emater, a feira tem como objetivo valorizar a aquicultura familiar, promover a produção local e oferecer alimentos saudáveis diretamente ao consumidor.
Na edição deste ano, realizada no Parque Cachoeira, os visitantes encontraram espécies como carpa capim, carpa cabeça grande, carpa húngara e tilápia. Além da comercialização dos pescados, a feira promoveu educação ambiental, orientação sobre o consumo responsável e fomentou a economia da região.
Tradição, fé e consumo consciente
A alta demanda por pescados na Semana Santa não é apenas uma questão de mercado. Está profundamente ligada à espiritualidade e aos costumes mantidos por gerações. Em Curitiba ou em Araucária, a Páscoa é vivida com intensidade não só nas igrejas, mas também nas feiras, mercados e peixarias.
Consumidores buscam muito mais do que alimento: querem tradição, respeito à fé e vínculo comunitário. As famílias voltam aos mesmos lugares ano após ano, criando laços com comerciantes que se tornam parte dessa história.
A movimentação do setor comprova que, mesmo com a modernização e as mudanças de hábito, os símbolos da fé cristã continuam guiando escolhas e inspirando boas práticas econômicas e sociais.
