Por Marcello Sampaio
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu nesta quarta-feira (16), em Curitiba, uma mulher investigada por estelionato contra um jovem com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O caso, que gerou comoção pela forma como foi conduzido, envolve manipulação emocional, exploração financeira e acesso indevido a dados bancários da vítima.
A prisão é resultado de uma investigação iniciada há cerca de um ano, após a mãe do jovem procurar a polícia com indícios de que o filho estaria sendo explorado por colegas de trabalho. O jovem, que também possui Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), atua como empacotador em um programa de inclusão para pessoas com deficiência.
Linha do tempo do caso
Abril de 2023 – A mãe do jovem autista registra a denúncia junto à Polícia Civil, relatando movimentações suspeitas nas contas do filho e indícios de que ele estaria sendo manipulado por colegas de trabalho.
Investigação inicial – A PCPR constata que três colegas do jovem realizavam pedidos frequentes de dinheiro, utilizando pretextos como dificuldades financeiras e problemas familiares.
Suspeita principal – A mulher presa é apontada como principal autora dos abusos. Ela teria simulado um relacionamento afetivo com o jovem para ganhar sua confiança e explorá-lo emocionalmente e financeiramente.
Acesso bancário – De acordo com a polícia, a suspeita teve acesso aos dados bancários do jovem e o induziu à contratação de empréstimos, além de movimentar recursos de seu Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
Continuação do crime – Mesmo após o boletim de ocorrência e a abertura da investigação, a mulher teria continuado a solicitar valores, agravando o prejuízo financeiro da vítima.
16 de abril de 2025 – A investigada é presa e encaminhada ao sistema penitenciário. A PCPR estima que o prejuízo causado à vítima ultrapasse os R$ 10 mil.
Investigações continuam
A Polícia Civil segue apurando a participação dos outros dois colegas de trabalho que teriam se beneficiado da condição de vulnerabilidade do jovem para obter vantagens financeiras. O caso é tratado com prioridade pela corporação, que alerta para a necessidade de atenção redobrada com pessoas em situação de vulnerabilidade e a importância da denúncia em casos semelhantes.
Marcello Sampaio
Repórter de Polícia e Justiça | Curitiba – PR