Tragédia no TUCA: Incêndio destrói teatro da PUCPR em Curitiba

Tragédia no TUCA: Incêndio destrói teatro da PUCPR em Curitiba
Por Marcello Sampaio 

Um incêndio de grandes proporções atingiu o Teatro TUCA da PUCPR, no bairro Prado Velho, em Curitiba, no início da noite desta terça-feira (15 de abril), causando destruição total do auditório e afetando também os andares superiores do Bloco Azul da universidade. Apesar do susto, não houve feridos. A causa do incêndio ainda está sob investigação, mas relatos preliminares apontam para um possível curto-circuito no sistema de ar-condicionado.

Linha do tempo do incêndio

  • 18h15: Alunos e funcionários relatam cheiro de fumaça vindo do térreo do Bloco Azul, onde fica o Teatro TUCA.

  • 18h30: Fumaça densa toma conta do local. O alarme de emergência é acionado e os prédios começam a ser evacuados.

  • 18h35: Primeiras equipes do Corpo de Bombeiros chegam ao campus. As chamas já são visíveis de fora da estrutura.

  • 18h45: As labaredas atingem o segundo e terceiro andares do Bloco Azul.

  • 19h00: Estava prevista a cerimônia de entrega dos jalecos aos alunos de Medicina, evento que foi imediatamente cancelado.

  • 20h00: Bombeiros controlam os focos principais. Inicia-se o trabalho de rescaldo e avaliação estrutural.

Destruição em um dos espaços culturais mais importantes da universidade

O TUCA (Teatro da PUCPR), com capacidade para mais de 580 pessoas, era palco de eventos institucionais, apresentações teatrais, formaturas, congressos e cerimônias acadêmicas. O espaço passou por uma ampla reforma em 2019 e foi reinaugurado em 2020 com estrutura moderna e sistemas de som e iluminação de última geração.

“É uma perda incalculável, não apenas pela estrutura física, mas pelo simbolismo. O TUCA era um lugar de encontro, de arte, de celebração. Estamos todos abalados”, declarou a professora Renata Moraes, coordenadora de projetos culturais da PUCPR.

Depoimentos emocionados

Durante a evacuação, o clima era de tensão. Muitos estudantes deixaram os prédios correndo, com celulares em mãos e expressões de incredulidade.

“Estávamos chegando para a cerimônia do jaleco. Foi tudo muito rápido. Quando sentimos o cheiro de fumaça, em menos de dez minutos os corredores estavam tomados. Só conseguimos sair com o auxílio dos seguranças”, contou a aluna de Medicina, Laura P., do segundo período.

“O teatro era como a casa da nossa arte. Ensaiávamos ali, apresentávamos peças. Saber que tudo virou cinzas é como perder um pedaço da gente”, disse o estudante de Publicidade e ator amador do grupo universitário de teatro, Henrique Silva.

Autoridades e medidas emergenciais

A universidade mobilizou toda a equipe de gestão de crise. Em nota oficial, a PUCPR confirmou que os outros blocos não foram afetados estruturalmente e as aulas foram retomadas normalmente nesta quarta-feira (16), com exceção das atividades do Bloco Azul, que permanecerá interditado para perícia.

“A prioridade foi garantir a segurança de todos os alunos e colaboradores. Estamos cooperando com os Bombeiros e a Defesa Civil. Assim que possível, divulgaremos um laudo técnico sobre a origem do incêndio”, afirmou o reitor da PUCPR, Prof. Waldemiro Grein.

O Corpo de Bombeiros do Paraná reforçou que o combate às chamas durou cerca de duas horas e foi dificultado pela rápida propagação do fogo através das estruturas internas do prédio.

Solidariedade e recomeço

Nas redes sociais, centenas de ex-alunos, professores e artistas manifestaram apoio à PUCPR e lamentaram a perda do TUCA. A universidade já estuda alternativas para eventos e aulas que ocorriam no auditório, inclusive com a utilização de espaços externos e parcerias com outras instituições.

A Defesa Civil e engenheiros contratados pela universidade devem divulgar nos próximos dias um relatório detalhado sobre os danos estruturais ao Bloco Azul e as possibilidades de restauração ou reconstrução do TUCA.

Marcello Sampaio
Jornalista | Cultura, Cidades e Educação | Curitiba/PR

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